Biden anuncia 'centros de hidrogênio' em vista das eleições de 2024
O democrata de 80 anos viajou para a Filadélfia para revelar as regiões que ganharam uma guerra de ofertas por bilhões de dólares em financiamento para fabricar o combustível limpo
O presidente Joe Biden anunciou, nesta sexta-feira (13), novos "centros de hidrogênio" em todos os Estados Unidos como parte dos esforços para impulsionar a economia com energia verde, de olho nas eleições de 2024.
"Estou aqui para anunciar um dos maiores investimentos na fabricação avançada na história deste país: 7 bilhões de dólares [R$ 35,4 bilhões] em investimentos federais que atrairão 40 bilhões de dólares [R$ 202 bilhões] em investimentos privados em energia limpa de hidrogênio", disse Biden.
O democrata de 80 anos viajou para a Filadélfia para revelar as regiões que ganharam uma guerra de ofertas por bilhões de dólares em financiamento para fabricar o combustível limpo, incluindo várias em estados eleitorais muito disputados.
O objetivo dos centros é produzir cerca de três milhões de toneladas métricas de hidrogênio limpo por ano, o que equivale a um terço da meta de produção dos Estados Unidos para 2030, e reduzir as emissões.
"Em conjunto, a redução de emissões desses centros de hidrogênio será equivalente a retirar de circulação 5,5 milhões de veículos a gasolina", declarou Biden.
O democrata, que está empatado nas pesquisas de intenção de voto com Donald Trump, que provavelmente será seu rival nas urnas no ano que vem, fez da energia verde uma parte fundamental de seu plano "Bidenomics" para reviver a indústria americana e criar empregos.
A energia do hidrogênio também é um componente chave em sua meta de combater a crise climática e levar os Estados Unidos a um nível de "zero emissões líquidas" de poluentes até 2050, no máximo, observou.
O significativo impulso financeiro será destinado à produção em grande escala de hidrogênio, aos gasodutos que o transportam e ajudará as indústrias e empresas a se adaptarem ao seu uso.
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Os centros estarão na Califórnia, no Texas, na costa leste dos Estados Unidos, no Centro-Oeste, no Noroeste do Pacífico, na região montanhosa dos Apalaches no nordeste, nos estados de Minnesota, Dakota do Norte e Dakota do Sul.
Dois dos estados envolvidos - Pensilvânia na região leste e Michigan no Centro-Oeste - foram cruciais nas eleições de 2020, quando Biden venceu Trump, e provavelmente serão igualmente importantes em 2024.
Preocupação
Alguns grupos sem fins lucrativos expressaram preocupação de que a iniciativa possa perpetuar danos causados pelos combustíveis fósseis.
O Sindicato de Cientistas Preocupados alertou em um comunicado que o anúncio dos centros "promove múltiplos projetos baseados na produção de hidrogênio e usos finais arriscados do hidrogênio".
As autoridades dos Estados Unidos devem implementar critérios rigorosos "para garantir o desenvolvimento de uma indústria de hidrogênio que esteja inequivocamente alinhada com nossos objetivos climáticos", disse Julie McNamara, diretora adjunta do programa de clima e energia do grupo.
Os centros de hidrogênio são financiados por uma Lei Bipartidária de Infraestrutura, que inclui investimentos de US$ 65 bilhões (R$ 329 bilhões) em energia limpa no Departamento de Energia.
Biden pediu o aumento da capacidade de produção para fontes de emissão de carbono baixas e zero, conhecidas como hidrogênio "azul" e "verde".
O hidrogênio azul é produzido a partir do gás natural, no qual o dióxido de carbono do processo de fabricação é capturado. O hidrogênio verde é produzido por meio de fontes renováveis.