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EUA

Biden aposta na América Latina para contrabalançar peso da China

Em visita à países latino-americanos como Panamá, Equador e Colômbia, delegação do governo estadunidense estuda investimentos em obras públicas nos territórios

Novo nome será determinado pela Casa Branca, e não pelo Departamento de EstadoNovo nome será determinado pela Casa Branca, e não pelo Departamento de Estado - Foto: Karen Bleier/AFP

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Uma delegação do governo de Joe Biden viajou à América Latina esta semana para explorar projetos de investimento em obras públicas com as quais os Estados Unidos possam conter a influência da China na região.

O vice-assessor de Segurança Nacional para a economia internacional, Daleep Singh, liderou um grupo interinstitucional que visitou a Colômbia, o Equador e o Panamá, informou a Casa Branca nesta sexta-feira (1º).

O objetivo da visita era "ouvir diretamente uma variedade de partes interessadas latino-americanas para entender melhor as necessidades de infraestrutura nesses países e na região", explicou Emily Horne, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC) de Biden.

A viagem faz parte da iniciativa B3W, uma sigla em inglês para "Reconstruir um mundo melhor", que o presidente americano lançou em junho junto com os líderes do G7, o grupo das principais potências industrializadas, disse a porta-voz em um comunicado.

O B3W se apresenta como uma alternativa à "Nova Rota da Seda" da China, também conhecida como BRI por suas iniciais em inglês, que o gigante asiático propôs em 2013 para ganhar peso global com o desenvolvimento de infraestrutura em países de renda baixa e média.

Biden abordou o assunto na recente Assembleia Geral da ONU, prometendo alocar "centenas de bilhões de dólares" junto com o setor privado e os outros países do G7 (Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido).

“Se feito da maneira certa, a infraestrutura pode ser uma base sólida que permite que as sociedades em países de baixa e média renda cresçam e prosperem”, declarou o presidente na época.

Horne disse que os Estados Unidos procuram trabalhar com países que compartilham valores democráticos, para financiar e desenvolver infraestrutura de forma transparente, ambientalmente sustentável e que respeite os direitos trabalhistas.

"Esta visita demonstrou o compromisso do presidente Biden em fortalecer nossos laços com a América Latina e reduzir as enormes lacunas na infraestrutura física, digital e humana ampliadas pela pandemia da covid-19", completou a porta-voz do NSC.

- "Investimentos cruciais" -

Na Colômbia, Equador e Panamá, a delegação se reuniu com os presidentes Iván Duque, Guillermo Lasso e Laurentino Cortizo, respectivamente, todos próximos a Washington, bem como com membros de seus gabinetes.

Em particular, os representantes americanos falaram com o Ministério da Saúde da Colômbia sobre os esforços do governo para expandir a capacidade de produção de vacinas, de acordo com a Casa Branca.

Também se reuniram com representantes da Autoridade do Canal do Panamá, empresários do setor privado e líderes ambientais, trabalhistas e da sociedade civil.

Benjamin Gedan, vice-diretor do programa latino-americano do Wilson Center, um centro de pesquisa com sede em Washington, destacou a ofensiva de Biden na região.

“Esses investimentos são cruciais para a influência dos Estados Unidos na América Latina, onde os laços comerciais com a China estão se aprofundando”, disse Gedan no Twitter.

E acrescentou: "O Uruguai quer um acordo de livre comércio com Pequim, e o México, apesar de um enorme déficit comercial com a China, aplaudiu o interesse da China no TPP", o Acordo de Cooperação Econômica Transpacífico do qual os Estados Unidos se retiraram em 2017 sob a presidência de Donald Trump.

Nos últimos 20 anos, a China ganhou forte espaço em relação aos Estados Unidos na América Latina, tornando-se o primeiro parceiro comercial de quase todos os países sul-americanos, concedendo empréstimos a juros baixos e investindo em projetos de energia, portos e rodovias, entre outras muitas obras.

Em sua viagem pela América Latina, Singh foi acompanhado por David Marchick, diretor de operações da Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional (DFC), o banco de desenvolvimento dos Estados Unidos, e Ricardo Zúniga, secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental e enviado especial para o Triângulo Norte da América Central.

Também integraram a delegação funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e dos departamentos do Tesouro e Comércio, entre outros órgãos.

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