Biden viaja à Europa para reforçar união do Ocidente contra Rússia
Presidente participará de reunião com membros da Otan, do G7 e da União Europeia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou nesta quarta-feira (23) a Bruxelas, onde participará na quinta-feira de uma maratona de cúpulas com o objetivo de reforçar a unidade dos países ocidentais e consolidar as sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia.
Na capital belga, o presidente americano participará inicialmente de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), seguida de outra do G7 e finalmente uma com líderes da União Europeia (UE).
As três cúpulas, que serão realizadas consecutivamente na capital belga, têm agendas centradas na invasão russa da Ucrânia. Na sexta e no sábado, o presidente americano visitará a Polônia, país fronteiriço com a Ucrânia.
No voo de Washington, a bordo do avião presidencial Air Force One, o assessor de Segurança Naconal, Jake Sullivan, antecipou que os Estados Unidos vão anunciar na quinta-feira "um pacote de sanções contra figuras políticas", assim como "oligarcas" e "entidades" russas.
A UE, por sua vez, já aprovou sanções pesadas contra funcionários, bancos e magnatas russos, mas por enquanto essas medidas restritivas não se estendem ao setor energético, devido à dependência evidente da Europa dos combustíveis russos.
Na quinta-feira, o G7 poderia anunciar medidas especiais para evitar que a Rússia consiga escapar das sanções impostas por um número importante de países ocidentais.
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Na Otan, Biden e os outros líderes vão discutir a mobilização de forças de combate adicionais em Bulgária, Hungria, Romênia e Eslováquia, como já fez em Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia.
Nesta quarta, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a aliança está decidida a "fazer tudo o possível para apoiar a Ucrânia. Mas temos a responsabilidade de garantir que a guerra não se intensifique para além da Ucrânia e se torne um conflito entre Otan e Rússia".
Antes embarcar no Air Force One rumo a Bruxelas, Biden disse em Washington que a possibilidade de um ataque russo com armas químicas na Ucrânia era uma "ameaça real".
Na carta que enviou a líderes europeus para convidá-los à reunião em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a cúpula com Biden permitirá discutir "a atual agressão militar da Rússia contra a Ucrânia".
"A Rússia ataca cada vez mais a população civil e visa hospitais, escolas e refúgios. Estes crimes de guerra devem cessar de imediato", afirmou Michel em sua carta.
Neste cenário, um dos objetivos da agenda robusta de Biden em Bruxelas é consolidar a unidade entre os Estados Unidos e a UE.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse a jornalistas que Biden tentará "reforçar a incrível unidade que construímos com nossos aliados e parceiros".
Após as três cúpulas de quinta-feira, Biden seguirá na sexta-feira para a Polônia, vizinha da Ucrânia e agora na linha de frente do que alguns chamam de a nova Guerra Fria. No sábado, ele se encontrará com o presidente polonês, Andrzej Duda.
China também na agenda
Embora as forças ucranianas armadas pelo Ocidente estejam resistindo com sucesso ao ataque russo, Sullivan mostrou-se contrário a qualquer expectativa que implique um fim rápido da guerra ou um recuo de Moscou.
Se o conflito se prolongar, a capacidade da Rússia de resistir a perdas militares e sanções econômicas dependerá em parte da posição de sua parceira, a China.
Pequim se recusou a condenar a guerra de Putin ou a endossar as sanções ocidentais. Até agora, o principal objetivo de Washington tem sido garantir que os chineses não interviessem ativamente do lado do Kremlin, seja resgatando a economia russa ou mesmo enviando armas.
Biden "certamente consultará sobre um possível envolvimento chinês no conflito na Ucrânia enquanto estiver em Bruxelas e também na Otan", explicou Sullivan.
"Também fará isso quando se dirigir aos 27 líderes da União Europeia, porque em 1º de abril, a União Europeia terá uma cúpula com a China", explicou.