Ucrânia

Biden diz que 'invasão' russa da Ucrânia está 'começando'

Presidente afirma que os EUA vão continuar oferecendo armas "defensivas" à Ucrânia

Joe Biden e Vladimir PutinJoe Biden e Vladimir Putin - Foto: Mandel Ngan, Mikhail Metzel / AFP / SPUTNIK

O presidente americano, Joe Biden, disse nesta terça-feira (22) que a Rússia começou a invadir a Ucrânia e planeja ir muito além do que havia indicado anteriormente.

"Este é o começo de uma invasão russa da Ucrânia", disse o presidente americano, referindo-se aos planos declarados do presidente russo, Vladimir Putin, de enviar tropas para a região de Donbass.

"Ele está criando um argumento para tomar mais território à força", disse Biden em pronunciamento na Casa Branca.

"E se ouvimos seu discurso na noite passada, está criando um argumento para ir mais longe", prosseguiu.

Biden afirmou que os Estados Unidos vão continuar a fornecer armas "defensivas" à Ucrânia e enviar mais militares americanos para reforçar os aliados da Otan no leste europeu.

Mas sugeriu que diálogos diplomáticos poderiam evitar um agravamento da crise, uma das mais profundas da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

"Não há dúvidas de que a Rússia é o agressor, então estamos cientes dos desafios que estamos enfrentando", disse Biden.

"Contudo, ainda há tempo para evitar o pior cenário, que provocará um sofrimento indescritível a milhões de pessoas se eles se movimentarem como sugerido", acrescentou.

Sanções
Em seu discurso, o presidente americano anunciou uma "primeira rodada" de sanções visando as finanças russas e sua elite política na esperança de que a pressão impeça uma invasão em larga escala da Ucrânia.

"Estamos implementando sanções sobre a dívida soberana russa. Isto significa que interrompemos o financiamento ocidental ao governo da Rússia", disse Biden.

Moscou "não pode mais levantar fundos no Ocidente e negociar sua nova dívida nem em nossos mercados, nem nos mercados europeus", acrescentou.

As medidas também visam o VEB (o banco público de desenvolvimento Vneshekonombank), o banco de desenvolvimento do Estado russo, e membros das "elites" do país, afirmou o presidente americano.

"Eles compartilham os ganhos corruptos das políticas do Kremlin e também devem compartilhar a dor", acrescentou.

O anúncio se seguiu ao feito mais cedo pela União Europeia de sanções próprias em um esforço coordenado do Ocidente por pressionar o presidente russo, Vladimir Putin.

Biden disse que as respostas "têm sido coordenadas estreitamente com nossos aliados e parceiros" e acrescentou: "vamos continuar a escalar as sanções se a Rússia escalar".

No entanto, a resposta de Washington não pareceu ir tão longe quanto a da União Europeia - não tão longe quanto alguns esperavam.

Biden anunciou "sanções de bloqueio total" tanto ao VEB quanto ao "banco militar" russo, que provavelmente significa que estas instituições terão seus ativos estrangeiros congelados e terão seu uso proibido no sistema financeiro americano.

Por fim, Biden assegurou ter "trabalhado com a Alemanha para assegurar que o gasoduto Nord Stream 2 não avance". 

A Alemanha anunciou nesta terça a suspensão do projeto do gasoduto, que liga o país à Rússia e que ainda não foi posto em funcionamento.

No entanto, as penalidades afetam poucas instituições financeiras e não parecem ter cortado o país do sistema SWIFT, usado para movimentar dinheiro ao redor do globo.

Nem Biden recorreu a controles de exportação, o que poderia cortar o acesso de companhias russas a equipamentos chave de alta tecnologia e software, que alguns analistas apontavam como uma possibilidade.

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