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ESTADOS UNIDOS

Biden diz que Israel cometeu "erro" ao lidar com a guerra em Gaza

Os comentários do presidente dos EUA foram algumas de suas críticas mais fortes a Netanyahu em meio às crescentes tensões sobre o número de mortos de civis na guerra

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden anuncia que fará visita médica de rotina Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden anuncia que fará visita médica de rotina  - Foto: Jim Watson/AFP

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a abordagem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Gaza foi um “erro” e instou Israel a pedir um cessar-fogo, numa entrevista que foi ao ar na terça-feira (10).

Os comentários do líder americano foram algumas de suas críticas mais fortes a Netanyahu em meio às crescentes tensões sobre o número de mortos de civis na guerra de Israel contra o Hamas e às terríveis condições dentro de Gaza.

Com a crescente indignação global com o número de vítimas infligido pela guerra de seis meses, Biden ainda reiterou a necessidade de um cessar-fogo.

— Acho que o que ele está fazendo é um erro. Não concordo com sua abordagem — disse Biden à rede de TV espanhola Univision em entrevista que foi ao ar na noite de terça-feira.

Ele instou Netanyahu “apenas a pedir um cessar-fogo, permitir durante as próximas seis, oito semanas, acesso total a todos os alimentos e medicamentos que entram no país”, em comentários que sublinharam a dramática mudança de tom do principal aliado e apoiador militar de Israel.

Biden reiterou que um ataque de drone israelita na semana passada que matou sete trabalhadores humanitários de uma instituição de caridade com sede nos EUA em Gaza – e provocou um telefonema tenso com Netanyahu – foi “ultrajante”.

 

Os comentários de Biden ocorrem no momento em que mediadores dos EUA, do Catar e do Egito buscam progresso em uma trégua e acordo de libertação de reféns que também propõe aumentar a entrega de ajuda para enfrentar o agravamento da crise de fome na Faixa de Gaza.

Israel insiste que não está a limitar a ajuda e que cumpriu as exigências dos EUA e das Nações Unidas para aumentar as entregas. O governo enfrenta o prazo de quarta-feira do Supremo Tribunal do país para demonstrar que tomou medidas para aumentar o fluxo de bens humanitários.

O caso foi apresentado por cinco ONGs que acusam Israel de restringir a entrada de artigos de ajuda humanitária e de não fornecer bens de primeira necessidade aos habitantes de Gaza.

A agência da ONU para os refugiados palestinos, UNRWA, disse terça-feira que, após relatos de fome iminente, mais de 40 por cento das missões de entrega de alimentos foram negadas em Fevereiro e Março. Nenhum dos comboios de alimentos da UNRWA foi aprovado desde março, acrescentou.

Os humanitários acusaram Israel de usar a fome como método de guerra em Gaza, onde especialistas da ONU dizem que 1,1 milhões de pessoas – metade da população – vivem numa situação de insegurança alimentar “catastrófica”.

A agência israelense que supervisiona o abastecimento ao território, COGAT, disse que 741 caminhões de ajuda cruzaram para Gaza no domingo e na segunda-feira, com outros 468 entrando na terça-feira. No entanto, a ONU disse que ainda era muito menos do que o mínimo necessário para satisfazer as necessidades humanitárias.

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