Biden diz que 'mundo responsabilizará Rússia' por ataque à Ucrânia
O presidente americano informou que conversou por telefone com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta quinta-feira (24) que "o mundo fará com que a Rússia preste contas" pelo ataque militar contra a a Ucrânia que, advertiu, provocará "catastróficas perdas de vidas". Diversos países, instituições e organizações se pronunciaram sobre os ataques russos à Ucrânia.
Biden acrescentou em um comunicado que discursará nesta quinta-feira ao povo americano para descrever as "consequências" que a Rússia sofrerá pelo ataque "não provocado injustificado" contra o país vizinho.
O presidente americano informou que conversou por telefone com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pouco depois que explosões foram ouvidas em várias regiões do país, que fica entre a Rússia e a Polônia, esta última integrante da Otan.
"Seguiremos dando apoio e assistência à Ucrânia e ao povo ucraniano", disse Biden, antes de destacar que Zelensky pediu a ele que "inste os líderes mundiais a denunciar claramente a flagrante agressão do presidente (russo Vladimir) Putin e a apoiar o povo da Ucrânia".
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Os secretários de Estado e da Defesa dos Estados Unidos conversaram com secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, para condenar o "ataque não provocado e injustificável contra a Ucrânia", informou o Departamento de Estado.
Biden tem uma reunião virtual programada para 14H00 GMT (11H00 de Brasília) com os líderes do G7 (Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos), antes de seu discurso público.
A reunião do G7 deve decidir mais sanções contra a a Rússia.
O governo russo, que exige que a Ucrânia desista da intenção de aderir à Otan, afirmou durante muito tempo que não invadiria o país, apesar das dezenas de milhares de soldados e armamento pesado enviados à fronteira.
Na madrugada desta quinta-feira, Putin anunciou na televisão o início de uma "operação militar especial" na Ucrânia.
Na terça-feira, o governo dos Estados Unidos, assim como a União Europeia, anunciou sanções contra a Rússia. As medidas americanas são direcionadas contra dois bancos e vários oligarcas russos, com o objetivo de cortar o acesso da Rússia ao financiamento de sua dívida.
Washington também anunciou que vai impor sanções ao dasoduto Nord Stream 2, que vai da Rússia à Alemanha e é um dos projetos de energia e geopolíticos de maior importância para Moscou. A Alemanha anunciou a paralisação do projeto.
Fontes do governo americano haviam alertado que qualquer escalada da Rússia na Ucrânia resultaria em sanções cada vez mais severas, que podem afetar bancos maiores e paralisar as exportações equipamentos de alta tecnologia.
Um porta-voz da Casa Branca disse que Biden anunciará "as consequências adicionais que os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros imporão à Rússia".
"Morte e destruição"
Senadores americanos dos dois partidos expressaram apoio a uma resposta dura contra a Rússia.
"Esta noite, a ordem internacional posterior à Guerra Mundial está no fio da navalha. Se Putin não pagar um preço devastador por esta transgressão, nossa própria segurança em breve estará em risco", disse o senador democrata Chris Murphy.
Os russos "pagarão um preço elevado em sangue e danos econômicos pela ambição temerária de Putin", afirmou o colega do mesmo partido Mark Warner.
O republicano Mitt Romney advertiu sobre "o perigo de olhar novamente para longe da tirania de Putin" e pediu "sanções econômicas mais duras" e a "expulsão (da Rússia) das instituições globais".
Em sua declaração, Biden disse que "as orações de todo o mundo estão com o povo da Ucrânia esta noite, que sofre um ataque não provocado e injustificável".
"O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará perdas catastróficas de vidas e sofrimento humano", enfatizou.
"Apenas a Rússia é responsável pela morte e a destruição que este ataque provocará, e os Estados Unidos e seus aliados responderão de maneira unida e decisiva. O mundo fará com que a Rússia preste contas", completou Biden.