Biden diz que risco de invasão da Rússia à Ucrânia é muito elevado
A resposta foi entregue ao embaixador dos Estados Unidos na Rússia, John Sullivan, disse um funcionário de alto escalão do governo americano
Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (17), que receberam a resposta da Rússia, por escrito, às suas propostas de negociações sobre segurança na Europa para neutralizar a crise sobre a Ucrânia.
A resposta foi entregue ao embaixador dos Estados Unidos na Rússia, John Sullivan, disse um funcionário de alto escalão do governo americano.
Na quarta-feira, o Departamento de Estado americano reafirmou que seu secretário, Antony Blinken, estava pronto para se reunir com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, uma vez que esta carta tivesse sido recebida e analisada.
E, hoje, o ministro russo das Relações Exteriores prometeu tornar "público" o conteúdo da missiva de Moscou.
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Washington apresentou suas propostas escritas, em 26 de janeiro, rejeitando as principais demandas russas formuladas em rascunhos de tratados apresentados em dezembro passado. Entre elas, está a garantia formal de que a Ucrânia nunca ingressará na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), assim como a da retirada de algumas forças da Aliança Atlântica estacionadas às portas da Rússia.
Os Estados Unidos propõem, por sua vez, discussões sobre a implantação de mísseis na Europa e sobre limitações mútuas das manobras militares.
A mensagem americana de janeiro sugere "compromissos recíprocos, por parte de Estados Unidos e Rússia, de não implantar sistemas de lançamento de mísseis ofensivos terrestres e forças de combate permanentes em território ucraniano".
Washington também propõe que Moscou inspecione certas infraestruturas militares que lhe dizem respeito na Europa e garante que está pronta para discutir a "indivisibilidade da segurança".
O Kremlin se baseia neste conceito para exigir a retirada da OTAN de sua vizinhança, argumentando que a segurança de uns não pode ser alcançada à custa das dos demais, ainda que reconheça o direito de cada Estado e, portanto, da Ucrânia, de escolher suas alianças.
Depois de enviar a carta, a Rússia ameaçou reagir, incluindo a opção militar na mesa, se os Estados Unidos rejeitarem suas principais exigências de segurança. Reforçou, nesse sentido, que deseja a retirada das forças americanas estacionadas na Europa Central e Oriental e dos países bálticos.
"Se não houver uma disposição por parte dos Estados Unidos de nos entendermos em relação às garantias legais para nossa segurança (...) a Rússia se verá obrigada a agir, aplicando, sobretudo, medidas de caráter militar e técnico", frisou o Ministério em sua resposta aos EUA.
Ainda nesta quinta, o Departamento de Estado informou que a Rússia "expulsou" o número dois de sua embaixada em Moscou.
"Pedimos à Rússia que acabe com as expulsões infundadas de diplomatas americanos" e "estamos estudando nossa resposta", disse um porta-voz deste Departamento à AFP.