Estados Unidos

Biden espera colher os frutos da enorme conta de infraestrutura

Em uma entrevista na segunda-feira (8), Biden insistiu em que, em "questão de semanas", começarão a ser vistos os efeitos do seu plano

Presidente dos Estados Unidos, Joe BidenPresidente dos Estados Unidos, Joe Biden - Foto: Mandel Ngan/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai a campo nesta quarta-feira (10) para explicar a lei de infraestrutura aprovada na semana passada na esperança de colher seus benefícios políticos em um momento em que seu nível de aprovação está baixo.

O presidente democrata escolheu Baltimore, uma cidade portuária a menos de uma hora de carro de Washington, D.C., para explicar à nação por que e como o país gastará US$ 1,2 trilhão para modernizar sua infraestrutura.

Em uma entrevista na segunda-feira (8), Biden insistiu em que, em "questão de semanas", começarão a ser vistos os efeitos do plano de investimento maciço para expandir as redes de Internet, estradas, pontes, tubulações de água potável, estações de carregamento para carros elétricos, entre várias outras coisas.

O presidente espera que o plano de investimentos tenha impacto, pelo menos político, antes das eleições legislativas do próximo ano. Essas eleições são tradicionalmente um desafio para o partido no poder e podem custar aos democratas sua pequena maioria no Congresso.

E, enquanto o gabinete de Biden trabalha pela vitória legislativa, o presidente procura mobilizar as autoridades locais do partido para ajudar em sua promoção.

Embora a lei de infraestrutura seja popular em princípio, seus detalhes não são claros para o público em geral, especialmente após semanas de complicadas negociações no Congresso. 

Além disso, o Congresso ainda debate a outra parte da ambiciosa agenda de reforma econômica e social de Biden: US$ 1,75 trilhão para melhorar a saúde, a educação, abordar a mudança climática e expandir os programas de bem-estar social.

"Contar uma história"

Depois de Baltimore, o presidente permanecerá à disposição para transmitir sua mensagem, disse a vice-porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, na terça-feira.

É provável que Biden tenha em mente a experiência de Barack Obama (2009-2017), de quem foi vice-presidente. Obama lançou um enorme pacote de estímulo de quase US$ 800 bilhões em 2009, no contexto da crise financeira internacional, com resultados econômicos e políticos muito diversos.

Ainda que a medida tenha permitido o renascimento da economia atingida pela recessão, os republicanos cresceram significativamente nas eleições de meio de mandato seguintes. 

Mais tarde, Obama considerou que seu erro foi ter esquecido que, além do processo de tomada de decisão, o presidente também deve "contar uma história ao povo" para dar "um sentimento de unidade, propósito e otimismo, especialmente em tempos difíceis".

É isso que Biden, cuja Casa Branca está repleta de ex-funcionários de alto escalão do governo Obama, parece estar tentando fazer agora.

No sábado (6), o presidente disse estar convencido de que, "daqui a 50 anos, as pessoas olharão para trás e dirão: 'Este foi o momento, este foi o período, este ano e os próximos dois anos, em que os Estados Unidos decidiram vencer a corrida do século XXI'", enfrentando o desafio da China e a ameaça da mudança climática.

No momento, porém, os americanos estão mais preocupados com a disparada dos preços da gasolina, com os problemas da cadeia de suprimentos e com a pandemia do coronavírus. 

O índice de aprovação de Biden ficou em 42,8% na terça-feira, de acordo com o site de análise política FiveThirtyEight, que reúne várias pesquisas.

De acordo com este site, apenas dois presidentes na história recente dos Estados Unidos tiveram pior desempenho neste momento: Gerald Ford (38,4%) em novembro de 1974, e Donald Trump (37,9%), em novembro de 2017.

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