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EUA

Biden 'monitora' as manifestações na China

Manifestações chinesas pedem pelo fim dos confinamentos impostos para combater a Covid-19

Presidente Joe BidenPresidente Joe Biden - Foto: Oliver Contreras / AFP

O presidente americano, Joe Biden, "monitora" de perto as manifestações na China, que exigem liberdades e o fim dos confinamentos impostos para combater a Covid-19, informou nesta segunda-feira (28) a Casa Branca.

As autoridades chinesas tentavam nesta segunda-feira conter um movimento de insatisfação da população contra as restrições sanitárias e a favor de mais liberdade. No domingo, uma multidão saiu às ruas de várias cidades, no que parece ter sido a maior mobilização popular desde os protestos pró-democracia de 1989, que foram duramente reprimidas.

"(O presidente) está monitorando. Todos nós estamos. Então sim, é claro que o presidente está ciente" do que está acontecendo na China, declarou aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, sem especificar a reação de Biden às exigências dos manifestantes.

"O presidente não vai falar pelos manifestantes ao redor do mundo. Eles estão falando por si mesmos", completou.

No entanto, Kirby destacou o apoio dos Estados Unidos aos direitos dos manifestantes.

"As pessoas precisam ter o direito de se reunir e protestar pacificamente contra as políticas, leis ou imposições com as quais não concordam", disse Kirby.

"Estamos acompanhando a situação de perto, como era de se esperar", acrescentou.

Nesta segunda-feira, o Departamento de Estado sugeriu que Washington considera excessivas as políticas de confinamento contra a Covid-19 na China.

"Acreditamos que será muito difícil para a República Popular da China conseguir conter esse vírus por meio de sua estratégia de 'covid zero'", disse um porta-voz do departamento.

A insatisfação cresce há meses devido às medidas rígidas das autoridades chinesas para controlar o coronavírus, incluindo longas quarentenas, confinamentos e restrições de viagem.

Fora do país, as comunidades chinesas também organizaram vigílias para homenagear as vidas perdidas por causa da política 'covid zero', como dos mortos no incêndio na cidade de Urumqi, na província de Xianjiang (noroeste) este mês. Muitos afirmam que o confinamento dificultou os trabalhos de resgate.

Em Los Angeles, mais de 100 pessoas se reuniram em frente ao consulado da China no domingo, relataram alguns participantes à AFP.

Michael Luo, um estudante de 25 anos, disse que sentia "raiva, tristeza e um pouco de frustração".

Enquanto isso, em Washington, cerca de 25 membros da comunidade uigur se concentraram nesta segunda-feira em frente ao Departamento de Estado para pedir uma maior pressão sobre Pequim.

"Queremos que emitam uma declaração formal condenando a perda de vidas, vidas uigures, e que peçam transparência total sobre o número real de mortes", disse Salih Hudayar, um uigur americano.

Ao comentar os protestos na China, Hudayar disse à AFP que estava "bastante surpreso por eles terem conseguido ir às ruas e se manifestar, e pelo menos expressar sua raiva".

"Como uigures não podemos fazer isso", disse. "Esperamos que a comunidade internacional apoie estes manifestantes para exigir que o governo chinês preste contas", concluiu.

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