Biden não vai à posse de Milei e Boric confirma presença; veja outros líderes que estarão presentes
Presidentes de direita na América Latina confirmaram presença na cerimônia, na Argentina
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ligou na quarta-feira (22) para Javier Milei, eleito para assumir o comando da Casa Rosada, na Argentina. Por meio de uma ligação telefônica, o democrata parabenizou o argentino e discutiu sobre a importância de "continuar a construir a sólida relação bilateral", segundo comunicado da Casa Branca. Apesar do convite feito pelo próprio Milei, ele, entretanto, disse que não vai participar da cerimônia de posse, marcada para 10 de dezembro.
Também na quarta-feira, o presidente do Chile, Gabriel Boric, confirmou a presença no evento que marcará a transferência da presidência de Alberto Fernández para Milei. Desde a vitória do libertário sobre o peronista Sergio Massa na eleição presidencial de domingo passado, a oposição de direita no Chile fazia pressão para que o presidente, de esquerda, fosse ao ato. A participação era incerta por causa de declarações de Milei durante uma visita a Santiago, em julho passado, quando afirmou que Boric fazia parte da "praga socialista" empobrecedora na região.
O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, de centro-direita, é outro que já aceitou o convite para ir à Argentina. Em conversa por telefone após a eleição, o mandatário inclusive convidou Milei para visitar o país vizinho — um convite aceito pelo argentino, mas sem data definida.
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Além de Lacalle Pou, outros líderes da direita da América Latina confirmaram a participação na posse: Santiago Peña, presidente do Paraguai, e o salvadorenho, Nayib Bukele, um dos primeiros convidados por Milei para assistir a cerimônia. Segundo o jornal argentino Clarín, a futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, disse que outros mandatários estarão em Buenos Aires, mas não revelou nomes.
Bolsonaro confirmado
Por chamada de vídeo, logo após a vitória, Milei convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para participar da cerimônia. Desde então, o brasileiro vem preparando uma comitiva para a posse. Também viajarão a Buenos Aires a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e dois dos filhos de Bolsonaro: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Seu fiel escudeiro, o ex-secretário de Comunicação do governo federal, Fábio Wajngarten, é outro dado como certo, assim como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto também afirmou em suas redes sociais que estará ao lado do ex-presidente na cerimônia. De acordo com dirigentes do partido ouvidos pelo GLOBO, é grande o número de parlamentares bolsonaristas que manifestaram a vontade de comparecer à posse e solicitaram credenciamento.
Lula na posse de Milei?
Em entrevista à colunista do Globo Bela Megale, o assessor do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, defendeu que o Brasil adote uma “relação de Estado” com a Argentina diante da vitória de Javier Milei. Ele também indicou que Lula não deve comparecer à posse.
— Do que eu conheço do presidente Lula, acho difícil que ele vá, porque foi ofendido pessoalmente, mas o Estado brasileiro estará representado — opinou.
Apesar de os convites ainda não terem sido enviados, a tendência hoje no governo brasileiro é de que Lula, chamado de "comunista, ladrão e corrupto" , não viajará para Buenos Aires. Na segunda-feira, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, disse que Lula só deveria conversar com o presidente eleito "se ele ligar para se desculpar". Em publicação no X, o antigo Twitter, no domingo, Lula desejou "boa sorte e êxito ao novo governo", sem citar o nome do novo presidente.
O embaixador brasileiro no país vizinho, Júlio Bitelli, disse ao GLOBO que a decisão do presidente eleito de convidar o ex-presidente Jair Bolsonaro e vários membros de sua família, admitiu Bitelli, "não é um gesto que vá no bom sentido".
— É um elemento a mais que tem de ser levado em consideração. Há uma série de gestos que seriam importantes, gestos que poderiam facilitar ou dificultar uma decisão do governo brasileiro a respeito do nível de participação na posse do novo governo argentino. Haverá uma delegação oficial brasileira, e a composição dessa delegação será uma decisão que virá do presidente Lula.