EUA

Biden participa da chegada solene aos EUA dos três soldados americanos mortos na Jordânia

Ataque de drone perto da fronteira com a Síria aconteceu no domingo; foram as primeiras mortes registradas de tropas americanas desde o início da guerra em Gaza

Biden e Jill traslado acompanham ao traslado dos restos mortais de três militares americanos mortos na Jordânia Biden e Jill traslado acompanham ao traslado dos restos mortais de três militares americanos mortos na Jordânia  - Foto: Roberto Schmidt/ AFP

O presidente americano, Joe Biden, viajou para Delaware, no nordeste do país, nesta sexta-feira para participar da chegada solene aos Estados Unidos dos restos mortais de três soldados mortos no domingo em um ataque na Jordânia, ao qual o chefe de Estado prometeu responder.

Os corpos de William Jerome Rivers, Kennedy Ladon Sanders e Breonna Alexsondria Moffett, militares do estado sulista da Geórgia que foram mortos em um ataque de drone perto da fronteira com a Síria, foram recebidos com honras na Base Aérea de Dover.

Seguindo um ritual militar milimétrico, os caixões foram retirados um a um de um avião de transporte militar e carregados em um veículo. O Exército também é cuidadoso com a linguagem: chama isso de "transferência solene" em vez de "cerimônia" e fala de "urnas" em vez de "caixões".

A "transferência solene" foi realizada na presença da primeira-dama, Jill Biden, e de autoridades de alto escalão, como o chefe do Pentágono, Lloyd Austin.

Empatia
Além do rigor militar, há a emoção e a dor das famílias que viram, pela primeira vez, os caixões contendo os restos mortais de seus entes queridos.

No mesmo local, Joe e Jill Biden participaram da repatriação dos corpos dos militares americanos mortos em um bombardeio no aeroporto de Cabul em 26 de agosto de 2021, durante a caótica retirada do Afeganistão.

O democrata, cuja vida foi marcada por tragédias pessoais, tem a reputação de ter empatia com famílias em luto. Ele ligou para cada uma das famílias dos três militares mortos na Jordânia, entre outras coisas, para garantir que aceitassem sua presença na cerimônia de repatriação.

O principal jornal da Geórgia, o Atlanta Journal-Constitution, divulgou um vídeo de uma dessas conversas.

— Sei que nada que alguém possa dizer ou fazer pode aliviar sua dor, já passei por isso. (...) Quero que saibam que estão em minhas orações, em meu coração — disse o presidente aos pais do soldado Kennedy Sanders. — Recebi uma dessas ligações — acrescentou Joe Biden, referindo-se àquela que anunciou a morte em um acidente de carro de sua primeira esposa e de sua filha pequena em 1972.

Ele também falou sobre a morte de seu filho mais velho, Beau, que morreu de câncer em 2015.

Esse momento, porém, não deverá encerrar a avalanche de críticas republicanas contra ele.

— Ele teve de esperar que as pessoas morressem para dizer "ok, talvez precisemos fazer alguma coisa", você está brincando comigo? — atacou Nikki Haley, candidata à indicação presidencial republicana, na quinta-feira.

Seu rival, o ex-presidente Donald Trump, o grande favorito, criticou a "fraqueza" de Biden.

As forças dos EUA no Oriente Médio sofreram inúmeros ataques desde o início da guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza. Biden, que já disse várias vezes que não quer uma escalada regional ou um conflito aberto com o Irã, está sob pressão para responder com firmeza a Teerã. No momento, ele se limitou a dizer que já decidiu como responderá. O governo dos EUA especificou que a retaliação será múltipla, direcionada e escalonada ao longo do tempo.

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