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Biden tenta fechar fileiras entre os democratas em torno de sua candidatura

Por enquanto, esses apelos não são generalizados, vindo apenas de congressistas menos conhecidos

Presidente dos EUA, Joe Biden Presidente dos EUA, Joe Biden  - Foto: Brendan Smialowski / AFP

Joe Biden se reúne nesta quarta-feira (3) com governadores democratas para tentar tranquilizá-los sobre sua capacidade de liderar uma campanha eleitoral contra Donald Trump, algo que seu próprio partido questiona desde o péssimo desempenho no debate de quinta-feira passada.

Quase uma semana após o evento, o presidente americano, que tem 81 anos, ainda não conseguiu apagar a má impressão deixada naquela noite, quando teve dificuldades para falar, momentos de olhares perdidos e chegou a perder o raciocínio.

Isso levou vários democratas, incluindo grandes figuras como Nancy Pelosi, a questionarem publicamente sua aptidão mental e até a pedirem abertamente sua retirada da disputa.

Por enquanto, esses apelos não são generalizados, vindo apenas de congressistas menos conhecidos.

A reunião está marcada para às 19h30, no horário de Brasília, na Casa Branca.

Os Estados Unidos têm cerca de vinte governadores democratas, mas ainda não se sabe quantas pessoas participarão do encontro.

"Discussão saudável" 
"Teremos uma discussão saudável com o presidente", declarou um dos governadores democratas, J.B. Pritzker, de Illinois, à CNN, na noite de terça-feira.

"Até o momento, Joe Biden é nosso candidato. Apoio sua candidatura 100%, a menos que ele tome outra decisão, caso em que discutiremos o melhor caminho a seguir", acrescentou.

O governador de Illinois, assim como os da Califórnia (Gavin Newsom), Michigan (Gretchen Whitmer) e Pensilvânia (Josh Shapiro), são considerados possíveis futuros candidatos à Casa Branca.

Até agora, nenhum deles questionou publicamente a candidatura de Joe Biden, que venceu com folga nas primárias democratas e cuja nomeação é, portanto, praticamente certa, a menos que ele se retire voluntariamente.

As pesquisas realizadas desde o debate não mostram nenhuma mudança significativa, o que sugere que os americanos já estavam preocupados com as capacidades cognitivas do presidente antes desse evento. A maioria das pesquisas indica uma leve vantagem para Trump, de 78 anos.

Pesquisa 
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela CBS mostra que o ex-presidente tem 50% das intenções de voto a nível nacional contra 48% para seu rival democrata, e 51% contra 48% nos estados decisivos.

Por enquanto, não há indícios de que Joe Biden vá se retirar da corrida presidencial em breve.

O presidente americano fará campanha nos próximos dias em Wisconsin e Pensilvânia, dois "estados-pêndulo" no norte do país, nos quais o voto varia conforme o candidato e outros fatores, sendo cruciais para vencer as eleições.

Seu time de campanha lançou um novo vídeo nesta quarta-feira, após a Suprema Corte decidir que Donald Trump possui certa imunidade processual como ex-presidente, uma grande vitória para o republicano, alvo de várias acusações criminais.

O mais alto tribunal americano "decidiu que o presidente pode ignorar a lei, inclusive para cometer um crime, porque Donald Trump assim pediu", diz a narração do vídeo, que exibe as imagens da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por parte de apoiadores do republicano.

Viagens 
A mensagem é clara: é preciso unir forças contra Trump, que nunca reconheceu sua derrota há quatro anos.

O democrata também planeja conceder uma entrevista à ABC na sexta-feira e realizar uma coletiva de imprensa na semana que vem, com o objetivo de demonstrar sua capacidade de falar fluentemente sem teleprompter, o aparelho que permite ler um texto sem desviar o olhar da câmera.

Quanto ao resultado do debate de quinta-feira, os apoiadores de Joe Biden atribuem a uma "má noite" e ao fato de ele estar "resfriado".

Na terça-feira, o próprio Biden deu outra explicação e disse aos doadores de sua campanha que "não foi muito inteligente" ter "viajado várias vezes pelo mundo" pouco antes do debate, o que o levou a "quase dormir no palco".

O presidente americano viajou para França e Itália no início de junho e retornou aos Estados Unidos no meio do mês, doze dias antes do debate televisionado com Donald Trump, evento para o qual se preparou durante seis dias, sem agenda oficial nem aparição pública durante esse período.

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