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Brasil

Bispos e projeto social se unem para ato ecumênico virtual pela democracia

O ato será transmitido pela TV dos Trabalhadores, emissora ligada à CUT, no próximo domingo (9), às 11h

O documento foi lançado em julho na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em BrasíliaO documento foi lançado em julho na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Representantes de várias religiões se reunirão no próximo domingo (9) em ato virtual pela democracia e contra a gestão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia do novo coronavírus.

O evento é organizado pelo projeto Nação Brasil desde a divulgação da "Carta ao Povo de Deus", texto assinado por 152 bispos brasileiros segundo o qual o governo Bolsonaro se baseia em uma "economia que mata".

O ato deste domingo será transmitido a partir das 11h pela TV dos Trabalhadores, emissora ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Os bispos escrevem, segundo a carta, "interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo".

De acordo com o documento, "é dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário".

"As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do governo federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro."

O economista e professor da Fundação Getulio Vargas Luiz Carlos Bresser-Pereira considerou a carta equilibrada e sentiu que seria necessário dar mais força à ação dos bispos.

Ele é um dos fundadores do Nação Brasil, criado em 2017 com a proposta de "ajudar a refundar a nação brasileira" com maior desenvolvimento econômico e igualdade social. O projeto está colhendo assinaturas em apoio à carta dos bispos.

"A carta mostra a situação dramática que o Brasil vive e o fato de que nós não temos um governo que esteja defendendo a vida das pessoas, os direitos humanos", afirma Bresser-Pereira.

"Está morrendo muito mais gente do que devia porque o governo está adotando uma política absolutamente irresponsável de não fazer o que é recomendado pelos cientistas."

De acordo com o manifesto de apoio do projeto, Bolsonaro "age para destruir o Brasil e subordiná-lo aos interesses estrangeiros, colocando a nação como vassala dos Estados Unidos". "Roendo as instituições, desprezando a população e aniquilando pequenas empresas, o governo se transforma em inimigo da vida", acrescenta.

Até a noite desta quarta-feira (5), o apoio já reunia mais de 1.100 assinaturas, entre elas as dos cantores Chico Buarque e Caetano Veloso e do ator e diretor Wagner Moura.

Desde maio, pipocam nas redes sociais movimentos pró-democracia críticos ao governo Bolsonaro. Estamos Juntos, Somos 70%, Basta! e Mulheres Derrubam Bolsonaro são alguns deles.

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