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CONFLITO

Blinken afirma na Ucrânia que ajuda militar americana ''está a caminho''

Estados Unidos liberaram cerca de 1,4 bilhão de dólares (R$ 7,1 bilhões) em ajuda militar

Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony BlinkenSecretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou, nesta terça-feira (14), em Kiev que a ajuda militar de Washington "está a caminho" e fará a diferença na batalha da Ucrânia para impedir o avanço das forças invasoras russas.

"A ajuda está a caminho. Uma parte já chegou. E chegará mais", assegurou Blinken, ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no início de uma reunião em Kiev. "Isso vai marcar uma verdadeira diferença contra a agressão russa no campo de batalha",  acrescentou.

Blinken chegou em um trem noturno à capital ucraniana vindo da Polônia para uma visita não anunciada, coincidindo com uma grande ofensiva da Rússia no nordeste da Ucrânia.

Zelensky agradeceu a Washington pela ajuda "crucial", acrescentando que era "importante obtê-la o mais rápido possível".

O presidente ucraniano insistiu na necessidade de receber mais meios de defesa aérea e exigiu duas baterias de mísseis terra-ar Patriot para a região de Kharkiv.

Blinken, cuja visita é a quarta desde o início da invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, almoçou com o seu homólogo ucraniano Dmytro Kuleba em uma pizzaria da capital.

Posteriormente, o secretário de Estado americano afirmou, em um discurso, que os Estados Unidos apoiarão a Ucrânia "até que a segurança e a soberania" do país sejam "garantidas" e considerou a nova lei de mobilização militar ucraniana "dura", mas "necessária".

O chefe da diplomacia americana afirmou também que a comunidade internacional deve fazer a Rússia pagar pela destruição causada no país após mais de dois anos de conflito.

Tranquilizar os ucranianos
A visita de Blinken ocorre poucas semanas depois de o Congresso dos EUA ter votado um pacote de ajuda de 61 bilhões de dólares (R$ 313 bilhões) à Ucrânia, que ficou bloqueado durante meses devido a questões políticas internas nos Estados Unidos, em pleno ano eleitoral.

Desde então, os Estados Unidos liberaram cerca de 1,4 bilhão de dólares (R$ 7,1 bilhões) em ajuda militar, principalmente sistemas antiaéreos Patriot e NASAMS de que a Ucrânia necessita para enfrentar os russos, bem como munições de artilharia.

"O primeiro objetivo desta viagem é enviar um sinal forte para tranquilizar os ucranianos, que estão claramente numa situação muito difícil, tanto por causa da intensificação dos combates na Frente Oriental como porque os russos estão agora a estender os seus ataques transfronteiriços a Kharkiv. ", disse um alto funcionário dos EUA aos repórteres a bordo do trem que transportava o secretário de Estado.

Zelensky garantiu na segunda-feira que as tropas ucranianas estavam contra-atacando na região e que o setor tinha sido reforçado.

Em uma conversa por telefone com Zelensky nesta terça-feira (14), o presidente francês, Emmanuel Macron, condenou “a intensificação dos bombardeios russos” na Ucrânia e a atual ofensiva de Moscou no nordeste do país.

Macron também "reiterou a determinação da França em oferecer todo o apoio necessário [...] para derrotar a guerra de agressão da Rússia".

Por sua vez, o novo Ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, declarou que queria alcançar a vitória na Ucrânia com “perdas humanas mínimas”, enquanto diversos  especialistas militares estimam as baixas sofridas pelo Exército russo em várias dezenas de milhares de mortes.

Situação "crítica"
A Rússia lançou na sexta-feira uma ofensiva surpresa contra Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, perto da fronteira comum, onde, segundo o Estado-Maior ucraniano, obteve “sucessos táticos”.

Neste sentido, o Ministério da Defesa russo garantiu nesta terça-feira que seus soldados “libertaram” a cidade de Bugrouvatka, perto da fronteira russa e a cidade ucraniana de Vovchansk, e que continuam a “avançando profundamente em direção às defesas inimigas”.

A situação em Vovchansk é “crítica”, afirmou à televisão o chefe da administração local, Tamaz Gambarachvili, citando “bombardeios constantes” e combates “nos arredores da cidade”.

O chefe da segurança nacional ucraniana, Oleksandr Lytvynenko, disse em uma entrevista à AFP que “mais de 30 mil” soldados russos estavam atacando a região de Kharkiv.

O governador da região indicou que 15 pessoas ficaram feridas nos bombardeamentos russos na cidade com o mesmo nome, a segunda maior da Ucrânia, que tinha quase um milhão e meio de habitantes antes da invasão russa.

A Ucrânia também afirmou que vários civis foram mortos em ataques russos na região, dois deles nesta terça-feira.

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