Blinken duvida de acordo global sobre pandemias a curto prazo na OMS
Na pandemia da Covid-19, os países-membros passaram mais de dois anos discutindo um acordo para evitar a repetição de um desastre sanitário
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, manifestou dúvidas nesta quarta-feira (22) sobre as perspectivas de se chegar a um acordo global no curto prazo para a prevenção de futuras pandemias.
“Parece altamente improvável que as negociações possam ser concluídas com sucesso nos próximos dias”, disse Blinken durante uma audiência no Congresso, em resposta a uma pergunta sobre um potencial acordo. “Não há consenso”, ressaltou.
Na sequência da recente pandemia de Covid-19, os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) passaram mais de dois anos discutindo um acordo para tentar evitar a repetição de um desastre sanitário de escala mundial.
Está previsto que as conversas ocorram até sexta-feira e que a Assembleia da OMS na semana que vem em Genebra decida os próximos passos.
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Blinken indicou que os Estados Unidos ainda trabalham com "muitos países em todo o mundo, para garantir que estejam melhor preparados para a próxima vez, que tenham a sua própria capacidade para detectar, tratar e, se necessário, para que produzam elementos como vacinas."
“Tudo isso faz parte do debate, mas não creio, com base nas últimas informações que vi, que se chegue a uma conclusão a curto prazo”, disse ele. Blinken garantiu que Washington vai insistir para que o texto “reflita claramente" os interesses americanos, incluindo os direitos de propriedade intelectual.
A oposição a um acordo cresce nos Estados Unidos e também em outros países como o Reino Unido, entre grupos antivacinas e também em setores conservadores que temem que um possível tratado infrinja sua soberania.
Em uma carta recente, três senadores republicanos dos EUA alegaram que a OMS estava assumindo poder sobre os Estados.
“O fracasso da OMS durante a pandemia de Covid-19 foi tão imenso quanto previsível e causou danos duradouros ao nosso país”, escreveram, enfatizando que os Estados Unidos devem ser o primeiro país a insistir nas reformas desta agência da ONU.