Espaço

Blue Origin, de Jeff Bezos, faz primeiro lançamento espacial desde acidente em 2022

Missão NS-24 vai realizar 33 experimentos científicos e transporta 38 mil cartões postais de uma ONG voltada para educação; a nave não leva tripulação

Foguete New Shepard, de Jeff Bezos, lançado nesta terça-feira Foguete New Shepard, de Jeff Bezos, lançado nesta terça-feira  - Foto: Reprodução/Blue Origin

A empresa espacial norte-americana Blue Origin, fundada pelo milionário Jeff Bezos, lançou nesta terça-feira seu foguete New Shepard. Esta é a primeira tentativa de levar o foguete ao espaço desde o acidente que a nave sofreu, em setembro de 2022, e a 24ª missão da nave. O lançamento foi transmitido ao vivo pela Blue Origin.

O lançamento aconteceria originalmente na segunda-feira, mas não foi possível “devido a um problema com os sistemas terrestres”, disse a Blue Origin na rede social X, afirmando que anunciaria em breve uma nova data. Nesta mesma segunda-feira, a Blue Origin já havia indicado que adiaria a decolagem por uma hora devido às baixas temperaturas na plataforma de lançamento, no oeste do Texas.

A missão, chamada NS-24, não transporta tripulação. Se limita a experiências científicas, mais da metade desenvolvidas com o apoio da NASA. A empresa, porém, utiliza esse foguete para voos de turismo espacial e já transportou 31 pessoas em viagens de poucos minutos, incluindo o próprio Bezos. Segundo o anúncio feito pela empresa, a nave leva também 38 mil cartões postais de uma ONG voltada para educação.

Este é o décimo voo planejado do New Shepard, veículo totalmente reutilizável, cujo propulsor foi projetado para pousar na vertical após um lançamento bem-sucedido no espaço.

Acidente em 2022
O acidente ocorrido em setembro de 2022 provocou a queda do módulo de propulsão do foguete, que naquele momento também não transportava passageiros. O regulador da aviação dos EUA (FAA) abriu uma investigação, que concluiu que o acidente foi causado por “uma temperatura superior à esperada num bocal do motor”.

Em março, a empresa afirmou que concluiu sua investigação sobre o acidente e que o motor BE-3PM havia sofrido uma falha estrutural em sua tubeira, parte mais externa do motor por onde os gases são expelidos. Danos térmicos causados por temperaturas operacionais superiores às projetadas foram a principal causa.

As investigações também passam pela Administração Federal de Aviação (FAA, em inglês), a Anac norte-americana, que liberou a nave para decolagem apenas seis meses após o último voo. O órgão regulador indicou pelo menos 21 ações corretivas a serem tomadas para que a empresa pudesse voar novamente.

O foguete
O veículo suborbital New Shepard é composto por um foguete-cápsula reutilizável, projetado para levar pessoas e experimentos científicos para o espaço. Aqueles que estiverem a bordo poderão ver a Terra em contraste com a escuridão do espaço, em um período que deve durar entre 10 e 12 minutos, desde a decolagem até o pouso.

Durante o período em que permanecem em órbita, os “passageiros” podem soltar os cintos e flutuar durante alguns instantes, para aproveitar a “gravidade zero”. Neste momento, eles estarão a mais de 100 quilômetros de altitude. O foguete, por sua vez, retorna à Terra e retorna à base. Ao aterrissar, ele está pronto para ser preparado para uma nova decolagem. A cápsula volta à superfície com auxílio de um paraquedas.

A última missão antes da pausa contou com um brasileiro: Victor Correa Hespanha, que foi um dos seis escolhidos para participar da missão espacial NS-21, em junho de 2022. Nascido em Minas, o engenheiro foi selecionado após adquirir um NFT (token não fungível) pela Crypto Space Agency (CSA). Ele foi o segundo brasileiro a ir até a Estação Espacial Internacional (ISS) — o primeiro foi o ex-ministro Marcos Pontes, em 2006.

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