Boeing fecha acordo de confissão de culpa por acidentes com 737 Max
Houve dois acidentes fatais envolvendo o modelo da aeronave
A fabricante americana de aviões Boeing vai se declarar culpada de fraude, após fechar um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos a respeito de dois acidentes fatais envolvendo o modelo 737 MAX, segundo expediente judicial divulgado nesta quarta-feira (24).
O compromisso foi alcançado depois que os promotores concluíram que a empresa descumpriu um acordo anterior relacionado com as tragédias, ocorridas na Etiópia e Indonésia e que deixaram 346 mortos há mais de cinco anos.
O acordo deve ser aprovado por um juiz de um tribunal federal e inclui um pagamento de US$ 243,6 milhões (R$ 1,4 bilhão), além de uma multa anterior do mesmo valor.
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O Departamento de Justiça descobriu em maio que a Boeing não havia melhorado seu programa de conformidade e ética, descumprindo o Acordo de Acusação Diferida (DPA) fechado em 2021, após os acidentes com o modelo 737 MAX.
O acordo de confissão de culpa determina que a Boeing cumpra três anos de "liberdade condicional", cujas condições incluem ter um supervisor independente e investir pelo menos US$ 455 milhões (R$ 2,6 bilhões) em programas de qualidade e segurança.
As famílias das vítimas criticaram o acordo, alegando que ele "faz concessões injustas à Boeing, que outros acusados de delitos penais jamais receberiam".
Descumprimento
O DPA original foi anunciado em janeiro de 2021, após acusações de que a Boeing havia fraudado deliberadamente os reguladores da aviação americanos. Ele obrigava a fabricante a pagar US$ 2,5 bilhões (R$ 14 bilhões), em troca de imunidade penal.
O período experimental de três anos terminava em 2024. Em janeiro passado, a empresa voltou a entrar em crise, quando um 737 MAX da Alaska Airlines precisou fazer um pouso de emergência após perder um painel da fuselagem durante o voo.
O incidente gerou uma nova onda de escrutínio das normas de fabricação e segurança da fabricante, com a abertura de investigações formais pelo Congresso e pelos órgãos reguladores americanos.
Em carta enviada em maio ao tribunal que acompanha o "Caso MAX", funcionários do Departamento de Justiça declararam que a Boeing havia descumprido suas obrigações.