Bogotá

Bogotá multará desperdício de água em meio a grave seca

As multas vão variar entre 700 mil e 1,2 milhão de pesos colombianos

Foto: DANIEL MUÑOZ/AFP

A prefeitura de Bogotá começará a multar o desperdício de água em meio à grave seca que levou a cidade a um racionamento inédito que não obteve os resultados esperados, anunciou o prefeito da capital colombiana, Carlos Fernando Galán, nesta segunda-feira (15).

"Vamos começar a impôr multas por acidentes irresponsáveis que levem ao desperdício de água", disse o prefeito em uma coletiva de imprensa.

Desde a última quinta-feira, cerca de 10 milhões de pessoas em Bogotá e municípios próximos sofreram cortes programados no serviço de aqueduto em uma tentativa de elevar o nível da água nos reservatórios que os abastecem. Mas as medidas não foram suficientes em um país atingido pelo fenômeno climático El Niño e pelos efeitos do aquecimento global.

As multas vão variar entre 700 mil e 1,2 milhão de pesos colombianos (R$ 931 a R$ 1.596, na cotação atual).

Lavar carros, motos ou bicicletas na via pública e despejar resíduos de sabão e óleo serão algumas das ações penalizadas. O prefeito reforçou que a polícia fará vistorias para detectar possíveis flagrantes.

Desde o início da seca, os bairros de Bogotá ficam sem água por 24 horas a cada 10 dias e de acordo com o turno que lhes corresponde.

Antes de começar com o racionamento, a prefeitura propôs a redução do consumo de água em 11 metros cúbicos por segundo, mas Galán confirmou nesta segunda que a economia foi de 1,8 metro cúbico, mas as medidas restritivas podem ser mais severas nos próximos dias.

Sem estabelecer o montante das sanções, o prefeito disse, ainda, que os lares que excederem seu consumo mensal de água também terão uma cobrança adicional.

"O consumo básico (...) é de 11 metros cúbicos por mês, por este motivo quem consumir mais de 22 metros cúbicos por mês terá uma cobrança adicional na tarifa", afirmou.

Paralelamente, o fantasma de racionamento de energia assombra a Colômbia devido ao baixo nível das hidrelétricas, que entrarão em uma fase crítica se cair abaixo de 27%, disse Alejandro Castañeda, diretor-executivo da Associação Nacional de Empresas Geradoras de Energia.

Atualmente estão em 29,7%, afirmou Castañeda em uma entrevista à Blu Radio. "Estamos cada vez estamos mais perto (de ter cortes de energia), temos menos de três pontos percentuais de folga e não está chovendo nada", disse.

Nesta segunda-feira, o presidente Gustavo Petro se reunirá com o ministro de Minas e Energia, Andrés Camacho, para discutir possíveis medidas diante da crise.

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