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LENDA

Boi Voador encanta multidão ao sobrevoar o céu do Recife na noite deste domingo (23)

O espetáculo integrou as comemorações dos 488 anos do Recife, completados no último dia 12 de março

Boi Voador encanta multidão ao sobrevoar o céu do Recife na noite deste domingo (23)Boi Voador encanta multidão ao sobrevoar o céu do Recife na noite deste domingo (23) - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Na noite deste domingo (23), com o céu do Recife como palco e testemunha, em celebração aos 488 anos da capital pernambucana, o Boi Voador, mais uma vez, cumpriu seu papel de conectar história e imaginação. 

Na praça do Marco Zero, no bairro do Recife, centenas de espectadores puderam reviver a lendária façanha do Conde Maurício de Nassau, através de um espetáculo cênico lúdico sobre um dos momentos mais marcantes do período holandês no Recife. 

Boi voador
O espetáculo integrou as comemorações dos 488 anos do Recife, completados no último dia 12 de março. A lenda do Boi Voador remonta ao período da ocupação holandesa e foi narrada pelo frei Manuel Calado no livro “O Valeroso Lucideno” (1648). 

Para a inauguração da Ponte do Recife (atual Ponte Maurício de Nassau), o governador Maurício de Nassau, para impressionar a população e exibir seu poder administrativo, prometeu fazer um boi voar. A história se perpetuou e se transformou em um dos maiores símbolos culturais da cidade.

Espetáculo
Anualmente, essa narrativa ganha vida em um espetáculo ao ar livre que combina teatro, projeções e efeitos especiais. Promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer, o evento contou com a produção da Métron Produções.

O secretário de Turismo e Lazer, Thiago Angelus, destacou a importância do espetáculo para a valorização da cultura local e promoção do turismo através das tradições da cidade. 

“Um grande espetáculo promovido pela Prefeitura do Recife, onde a gente pode democratizar o nosso teatro a céu aberto e contar a história, a nossa história, de como se chegou a infraestrutura, arquitetura, as artes plásticas. Esse intercâmbio é fundamental, e, principalmente, fazer isso dentro do mês de aniversário da nossa cidade, afirmou Thiago Angelus.  

O secretário de Turismo e Lazer do Recife, Thiago AngelusO secretário de Turismo e Lazer do Recife, Thiago Angelus. Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco.

“A gente cumpre a nossa missão de levar entretenimento e lazer para nossa população, de forma gratuita e democrática. E o resultado é esse, todo mundo muito feliz, apreciando um grande espetáculo de qualidade, e que não deve nada a nenhum evento privado que aconteça em qualquer lugar do mundo”, completou o secretário.

Para o público, o espetáculo é um convite ao passado, onde a ousadia do conde holandês desafiou as leis da física e gravou seu nome na memória coletiva. Entre os milhares de olhares voltados para o céu, estava o de Luiz Miguel, de 11 anos. 

 Luiz Miguel, de 11 anos, e a família. O pai, José Robson Gomes, 53,  a mãe, Josineide de Lima Alves de Araújo, 38, e a irmã Linzmeyer, de 2 anos.Luiz Miguel, de 11 anos, e a família. O pai, José Robson Gomes, 53,  a mãe, Josineide de Lima Alves de Araújo, 38, e a irmã Linzmeyer, de 2 anos. Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco.

O pai de Miguel, José Robson de Araújo, conta que o filho é fã da história do boi voador e do espetáculo. Por isso, chegaram cedo na Praça do Marco Zero, para garantir um bom lugar, como fazem todos os anos desde que a história começou a ser encenada, em 2018. 

“Meu filho adora. Já é uma tradição para nós. Ele faz questão de vir todo ano, mesmo já conhecendo a história. Quando fala no aniversário de Recife, ele já fica esperando. Por isso, sempre estamos aqui fazendo a nossa homenagem e prestigiando. É muito importante isso”, contou o pai. 

A lenda do Boi voador
O espetáculo “O Boi Voador” já foi reconhecido nacionalmente, vencendo o Prêmio Nacional de Turismo em 2019. A cada edição, a encenação atrai cada vez mais espectadores ao coração do Recife, consolidando-se como um dos principais atrativos turísticos e culturais da cidade. 

“A história do boi voador tem diversas versões, de vários historiadores. Escolhi a versão que tem um boi manso, onde o Maurício convida o dono do boi manso, Melchior, para a inauguração da ponte. E assim, a gente busca mesclar os fatos com um pouco de romance”, detalha Rui Aguiar, autor e diretor da peça.

Rui Aguiar, autor e diretor da peça sobre a lenda do boi voador.Rui Aguiar, autor e diretor da peça sobre a lenda do boi voador. Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco.

Este ano, os novos elementos cênicos e ajustes no cenário proporcionaram uma experiência ainda mais imersiva, comprovando que a tradição pode se renovar e continuar encantando gerações. 

“Apresentamos um elenco renovado, com figurinos e cenários novos. Buscando cada vez mais encantar a população com essa história muito pitoresca que só Recife tem”, conclui o autor.

História e arte
Carlos Mesquita, que interpreta Maurício de Nassau, afirma que a experiência do espetáculo é um mergulho na cultura pernambucana.

Carlos Mesquita, ator que interpreta Maurício de Nassau no espetáculo sobre a lenda do boi voador.Carlos Mesquita, ator que interpreta Maurício de Nassau no espetáculo sobre a lenda do boi voador. Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco.

“Maurício de Nassau, até hoje, consegue ser contemporâneo pelas suas benfeitorias em setores que, na atualidade, ainda sofrem e muito, não só aqui no Nordeste, mas em todo Brasil. Ele foi um virtuoso, além da história como se conta. Foi uma pessoa que quis o bem, trazer as melhores possibilidades para que o povo pudesse crescer, tudo para o progresso da da cidade Maurícia, hoje Veneza Brasileira”, refletiu o artista.

Para o ator Will Menezes, que interpreta o Frei Manuel Calado, responsável por registrar e perpetuar o conto do Boi Voador, o sentimento de encenar essa parte da história do Recife é de emoção e gratidão. 

Will Menezes, ator que interpreta o Frei Manuel Calado no espetáculo sobre a lenda do boi voadorWill Menezes, ator que interpreta o Frei Manuel Calado no espetáculo. Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco.

“A história da ponte de Maurício de Nassau, que é revivida, todo ano, no Marco Zero do Recife, traz muita emoção, não só para mim, mas para todos os artistas que há anos e anos vem aí enfrentando essa luta que é trazer a arte para Recife, trazer a cultura para o estado. Agradecemos demais a todos que fazem parte dessa grande empreitada”, agradeceu o ator.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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