Bolívia afirma ter apreendido 33 toneladas de cocaína em 2023, 63% a mais que em 2022
País é considerado pela ONU o terceiro maior produtor mundial de cocaína, atrás apenas de Colômbia e Peru
A Bolívia apreendeu 33 toneladas de cocaína no ano passado, um aumento de 63% em relação a 2022, de acordo com o relatório de combate ao narcotráfico apresentado nesta terça-feira pelo governo de Luis Arce.
"Conseguimos fechar com (a apreensão de) mais de 32,93 toneladas, entre cloridrato de cocaína e base de pasta", afirmou o ministro do Governo, Eduardo Del Castillo, durante uma cerimônia policial em La Paz.
Essa cifra representa um aumento de 63% em comparação com 2022, quando foram apreendidas 20 toneladas dessa droga. Del Castillo também relatou a apreensão de 372 toneladas de maconha no ano passado.
A Bolívia é considerada pela ONU o terceiro maior produtor mundial de cocaína, após Colômbia e Peru.
Neste país, o consumo da folha de coca, matéria-prima dessa droga, é legal, e o cultivo é autorizado até um máximo de 20.000 hectares. Em 2023, a área plantada atingiu cerca de 30.000 hectares.
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"Somos um governo que revaloriza a folha de coca, mas também temos pleno conhecimento de que há uma superprodução de folha de coca, e estamos erradicando", afirmou o ministro.
O Trópico de Cochabamba, no centro do país, abriga 88% dos laboratórios para a fabricação de cocaína na Bolívia.
Essa região é lar da poderosa Federação de Cocaleros, cujo líder, o ex-presidente Evo Morales (2006-2019), tem sido muito crítico em relação a Arce, seu antigo aliado e ex-ministro da Economia.
O ex-presidente denunciou uma suposta tolerância do governo ao tráfico de drogas, após a fuga do narcotraficante uruguaio Sebastián Marset, com a aparente cumplicidade de autoridades.
Marset se escondia no departamento de Santa Cruz e fugiu do país, segundo relatórios de inteligência.
Durante a apresentação do relatório antidrogas, o ministro Del Castillo refutou as acusações de Morales.
"Nosso país foi o que mais afetou esse conhecido narcotraficante em termos patrimoniais, com mais de 30 milhões de dólares, e conseguimos desmantelar toda a sua organização criminosa", assegurou.