Bolívia: nove países sul-americanos condenam tentativa de golpe
Posição uniu Lula, Javier Milei e os principais líderes da região
Os países do Mercosul, incluindo membros plenos e associados, divulgaram uma nota, nesta quinta-feira, em que manifestam preocupação e condenam as mobilizações de algumas unidades do exército boliviano que tentaram um golpe de Estado on país vizinho, na quarta-feira.
O texto adverte que a movimentação, sufocada com a troca do comando das Forças Armadas da Bolívia, fere os princípios internacionais democráticos.
A nota foi assinada pelos líderes de todos os países, o que demonstra um cenário de coesão em defesa da democracia, não importando os regimes de governo.
Por exemplo, foram signatários os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Javier Milei, de esquerda e ultradireita, respectivamente, que jamais se cumprimentaram.
O comunicado também traz a assinatura de Uruguai e Paraguai, como membros plenos; e Chile, Colômbia, Bolívia, Equador e Peru; como associados.
No comunicado, os países sul-americanos “rejeitam qualquer tentativa de mudança de poder por meio da violência e de forma inconstitucional que atende contra a vontade popular, soberania, autodeterminação dos povos e que vulnerabilize a estabilidade política e social do país irmão”.
Os nove países também expressaram solidariedade e “irrestrito apoio” ao governo do presidente da Bolívia, Luis Arce. Defenderam a manutenção da democracia e a plena vigência do Estado de direito.
O Mercosul tem uma cláusula democrática, que prevê punições a países que rompem com os princípios democráticos. Foi o que aconteceu com a Venezuela, em 2016, suspensa até hoje do bloco.
A nação perde o direito de participar de acordos de preferências comerciais e de decisões sobre os rumos do bloco.