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Bolsonaristas repudiam fala de Lula em que chama bebês frutos de estupro de monstros

Girão argumentou que há "milhares de casos" de pessoas que foram geradas a partir de um estupro

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) também se manifestouO senador Cleitinho (Republicanos-MG) também se manifestou - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Após o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter questionado "que monstro vai sair do ventre dessa menina?" ao se referir a gestações concebidas em decorrência de um estupro, políticos de direita têm criticado o posicionamento do petista.

Durante o Plenário do Senado da última terça feira, 18, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse que a audiência requerida por ele no dia anterior, 17, a qual contou com uma encenação de como acontece o aborto, provocou Lula, levando-o às falas polêmicas.

"A audiência de ontem foi tão importante que provocou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a dizer hoje uma barbaridade sem precedentes numa entrevista à CBN", disse, complementando: "A gente sabe que o estupro é uma violência brutal, mas aquela criança não tem culpa. Ela não é monstro, senhor Presidente! Ela não é monstro!".

Girão argumentou que há "milhares de casos" de pessoas que foram geradas a partir de um estupro. 

Ele cita como exemplo a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), que revelou ter sido concebida em um ato de violência sexual.

"Como é que o senhor tem a audácia de chamar essas pessoas de monstros? Nós temos outras definições para monstro", pontua.

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) também se manifestou. Durante o Plenário, ele falou que a criança é uma vítima, assim como a mãe.

"Nunca que um bebê, independentemente do motivo por que ele foi gerado, se foi de um estupro, é um monstro! Ele é vítima, ele é inocente, como a mãe! Ele é inocente! O monstro da história é o estuprador!", diz. O parlamentar defendeu que é necessário prevenir essas situações aumentando a pena para os agressores.

Nas redes sociais, a família Bolsonaro e aliados compartilham o repúdio ao caso.

"Falta humanidade, empatia e civilidade. Lula é raivoso, impaciente e não respeita as mulheres. É um absurdo chamar um bebê de monstro. As crianças, como ensinou Jesus, são inocentes e merecem toda a nossa proteção. Não o tipo de tratamento que Lula defende", escreve Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no X (antigo Twitter).

Os irmãos se pronunciaram compartilhando a repercussão da fala do presidente na mesma plataforma. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) diz que "Cristão jamais aceitará isso", se referindo ao aborto. Enquanto o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) alega ser fácil entender o lado em que Lula está.

"Não é difícil entender de que lado esse sujeito está. Os tais liberais da 'direita permitida' então fingem surpresa diante do cristalino para se colocarem no jogo do sistema e então, novamente, fazer tudo para levantar novamente seus "adversários" democráticos. A história só se repete!", pontua Carlos.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) rebateu Lula com um vídeo, no qual ela questiona "quem diz que filho de ladrão é ladrão? quem diz que filho de estuprador é estuprador?". A parlamentar defende que é necessário combater a violência sexual, "não a criança que foi gerada". "Presidente Lula, pare de tensionar este tema, pare de tensionar essa discussão", concluí.

Os deputados Chris Tonietto (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) também usaram o X para criticar Lula.

"Faço um desagravo público a todas as mães que foram vítimas de estupro, deram SIM à vida, e que foram ofendidas pela fala irresponsável do@LulaOficial. E a todas as pessoas que foram fruto de gravidez resultante de estupro: a forma em que foram geradas não define o seu caráter!", escreve a Tonietto. Nikolas diz que "monstro é quem mata uma criança inocente".

A fala de Lula foi proferida em uma entrevista à rádio CBN na última segunda-feira, 18. O governo editou o vídeo e postou o trecho modificado nas redes sociais oficiais, retirando o trecho em questão. O conteúdo foi recompartilhado pela deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.

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