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Desaparecidos

Bolsonaro diz que Dom Phillips era 'malvisto' na Amazônia

Segundo o presidente, "esse inglês, ele era malvisto na região. Porque ele fazia muita matéria contra garimpeiros, [sobre] a questão ambiental"

Peritos da Polícia Federal da Força Tarefa chegam ao porto de Atalaia do Norte, município do estado do Amazonas, Brasil, em 14 de junho de 2022, após cumprir mandados de busca e apreensão na comunidade de São Rafael, às margens do Itaquaí rio, relacionadoPeritos da Polícia Federal da Força Tarefa chegam ao porto de Atalaia do Norte, município do estado do Amazonas, Brasil, em 14 de junho de 2022, após cumprir mandados de busca e apreensão na comunidade de São Rafael, às margens do Itaquaí rio, relacionado - Foto: Joao Laet / AFP

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (15) que o jornalista britânico Dom Phillips, desaparecido em 5 de junho junto com o indigenista Bruno Pereira na Amazônia, era "malvisto" nessa região por seu trabalho informativo sobre as atividades ilegais como o garimpo.

"Esse inglês, ele era malvisto na região. Porque ele fazia muita matéria contra garimpeiros, [sobre] a questão ambiental", declarou o mandatário de extrema-direita em uma entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube.

"Naquela região, região bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele tinha que ter mais que ter redobrado a atenção para consigo próprio", acrescentou o presidente brasileiro.

Após dez dias de buscas intensas, as autoridades encontraram vestígios de sangue em uma embarcação do primeiro dos dois suspeitos detidos até agora e material "aparentemente humano" que está sendo analisado em Brasília. Também encontraram pertences pessoais como roupas e calçados.

"Pelo que tudo indica, se mataram os dois, espero que não, estão dentro d'água, e dentro da água pouca coisa vai sobrar, o peixe come, não sei se tem piranha lá no Javari", declarou Bolsonaro.

Phillips, de 57 anos, é colaborador do jornal britânico The Guardian e autor de dezenas de reportagens sobre a Amazônia. 

Estava preparando um livro sobre conservação ambiental quando desapareceu junto com Pereira, de 41 anos, que atuava como seu guia.

Ambos foram vistos pela última vez no domingo, 5 de junho, enquanto navegavam por um rio no Vale do Javari, uma região onde atuam traficantes de drogas, madeireiros e pescadores ilegais, situada no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com Peru e Colômbia.

Além disso, Bolsonaro explicou que, nessa região, há "pirata no rio" e insistiu que "é muito temerário você andar" por aí "sem estar devidamente preparado, fisicamente e também com armamento".

O desaparecimento de Phillips e Pereira suscitou uma onda de solidariedade internacional e inflamou novamente críticas contra o governo de Bolsonaro, acusado de incentivar as invasões de terras indígenas e de sacrificar a preservação da Amazônia para sua exploração econômica.

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