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Israel

Bombardeio a Palmira pode ter sido "o mais letal" de Israel contra a Síria (ONU)

Mais de meio milhão de pessoas morreram e outros milhões foram deslocadas pela guerra civil na Síria

Um dos ataques atingiu uma reunião de comandos de grupos pró-Irã com pares dos movimentos Al-Noujaba, do IraqueUm dos ataques atingiu uma reunião de comandos de grupos pró-Irã com pares dos movimentos Al-Noujaba, do Iraque - Foto: Omar Al-Qattaa/ AFP

O bombardeio que matou dezenas de pessoas ontem em Palmira pode ter sido "o mais letal " já realizado pelas forças de Israel contra a Síria, indicou nesta quinta-feira (21) a enviada especial adjunta da ONU à Síria, Najat Rochdi, que mostrou preocupação com a escalada da violência no país árabe.

"Dezenas de pessoas perderam a vida ontem em um ataque perto de Palmira, provavelmente o bombardeio israelense mais letal até o momento", disse Najat, perante o Conselho de Segurança. "Os ataques aéreos israelenses contra a Síria aumentaram consideravelmente, tanto em frequência quanto em alcance.”

Segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que conta com uma ampla rede de informantes na Síria, 79 combatentes de grupos pró-Irã morreram ontem nessa cidade.

Um dos ataques atingiu uma reunião de comandos de grupos pró-Irã com pares dos movimentos Al-Noujaba, do Iraque, e Hezbollah, do Líbano. O Ministério da Defesa sírio deu conta de 36 mortos.

"Israel diz que seus ataques são dirigidos contra alvos vinculados ao Irã, Hezbollah ou à Jihad Islâmica Palestina, mas vimos novamente vítimas civis, inclusive durante ataques importantes contra áreas residenciais situadas no coração de Damasco", denunciou Najat, que expressou preocupação com o que considera uma "situação volátil" registrada nas Colinas de Golã e "em muitos outros palcos de operações", principalmente no noroeste.

"Este ano caminha para ser o mais violento desde 2020, e o risco de uma devastação ainda maior está no horizonte”, advertiu a enviada da ONU.

Mais de meio milhão de pessoas morreram e outros milhões foram deslocadas pela guerra civil na Síria, que começou em 2011, como resultado da repressão a protestos contra o governo. Após uma ofensiva do regime em março de 2020, foi declarado um cessar-fogo negociado por Rússia e Turquia no norte da Síria, que é violado com regularidade.

"Está claro que a prioridade imediata para a Síria é a desescalada. O país é atingido pelas tempestades implacáveis de um conflito regional e pelas ondas crescentes de um conflito em seu território", acrescentou Najat, que alertou para a situação da população civil. “À medida que a ajuda humanitária diminui e a retórica e as ações hostis se intensificam, os sírios são empurrados para condições cada vez mais precárias e insustentáveis”, denunciou.

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