Bombardeio em Gaza

Bombardeio em hospital em Gaza deixou entre 100 e 300 mortos, segundo inteligência dos EUA

A cifra é inferior a cerca de 500 mortes inicialmente relatadas pelas autoridades de saúde no enclave governado pelo grupo islâmico

Explosão em Gaza durante os conflitos na região Explosão em Gaza durante os conflitos na região  - Foto: Aris Messinis/AFP

A inteligência dos Estados Unidos estimou entre 100 e 300 o número de mortos por um foguete que atingiu o hospital Ahli Arab em Gaza na terça-feira, de acordo com trechos de um documento ao qual a AFP teve acesso nesta quinta-feira (19) .

A cifra é inferior a cerca de 500 mortes inicialmente relatadas pelas autoridades de saúde no enclave governado pelo grupo islâmico palestino Hamas.

“Estimamos que o número de mortos provavelmente não esteja no extremo inferior da faixa de 100 a 300”, segundos trechos da avaliação dos serviços de inteligência enviados ao Congresso.

“Ainda estamos calculando as cifras prováveis de vítimas e nossa avaliação podem evoluir, mas este número de mortos ainda reflete uma perda impressionante de vidas”, diz o relatório.

“Os Estados Unidos levam a sério a morte de todos os civis” e continuam “trabalhando intensamente para lidar com a crise humanitária em Gaza”, acrescenta o texto.

A explosão ocorrida na terça-feira e foi atribuída pelo Ministério da Saúde em Gaza a um ataque aéreo israelense contra um hospital dirigido por cristãos no centro da cidade de Gaza.

O relatório das autoridades de Gaza foi de 471 mortos no ataque e mais de 300 feridos.

O Hamas culpou um bombardeio israelense pelas mortes, enquanto o Exército israelense atribuiu uma tragédia ao lançamento malsucedido de um foguete por outro grupo palestino, a Jihad Islâmica.

De acordo com os trechos da inteligência, "Israel provavelmente não bombardeou o hospital na Faixa de Gaza" e os Estados Unidos continuam "trabalhando para confirmar se a explosão foi causada por um foguete" da Jihad Islâmica.

O documento também afirma que ocorreram “apenas danos estruturais no hospital”, sem “danos visíveis no prédio principal do hospital e sem crateras de impacto”.

Correspondentes da AFP no local viram achados de cadáveres enquanto médicos e civis recuperavam corpos envoltos em lençóis, cobertores brancos ou em sacos plásticos.

Na área do estacionamento do hospital, podiam ser vistos vestígios de sangue e carros incendiados.

Imagens divulgadas pelo grupo de rastreamento via satélite Maxar após o impacto mostram os prédios do hospital aparentemente intactos.

O porta-voz do Exército de Israel, Jonathan Conricus, questionou os números apresentados pelo Hamas e perguntou: "onde estão todos os corpos?".

O Hamas desafiou a posição de Israel, afirmando que as “mentiras indignantes não enganam ninguém”.

A cifra estimada pelos Estados Unidos é maior do que uma cifra anterior de 50 pessoas relatadas à AFP por uma fonte europeia de inteligência.

Anteriormente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que "não há desculpa para atacar um hospital cheio de civis" em Gaza, embora não tenha atribuído responsabilidades pelo ataque.

Gaza tem sido alvo de uma incessante campanha de bombardeios em retaliação ao ataque perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro, no qual, segundo Israel, cerca de 1.400 pessoas, a maioria civis, foram mortos.

Desde então, os bombardeios israelenses mataram pelo menos 3.785 palestinos na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.

Dezenas de milhares de famílias buscaram refúgio dos ataques israelenses ao redor dos hospitais lotados de Gaza.

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