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CONFLITO

Bombardeio israelense contra escola em Gaza deixa 30 mortos, denuncia Hamas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu destruir o Hamas

Bombardeamento israelita da Faixa de Gaza, no campo de refugiados palestinianos de al-MaghaziBombardeamento israelita da Faixa de Gaza, no campo de refugiados palestinianos de al-Maghazi - Foto: Eyad Baba/AFP

Um bombardeio israelense contra uma escola deixou pelo menos 30 mortos neste sábado (27) no centro de Gaza, e uma operação em Khan Yunis, no sul, matou 170 palestinos desde segunda-feira, informaram fontes no território palestino após nove meses de guerra.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu destruir o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, após o ataque do movimento islamista palestino contra o sul de Israel em 7 de outubro, que provocou o início do conflito.

Netanyahu acaba de concluir uma visita de uma semana aos Estados Unidos, onde se reuniu, entre outros, com o ex-presidente Donald Trump, que fez um alerta sobre a possibilidade de "grandes guerras no Oriente Médio e talvez uma Terceira Guerra Mundial" caso ele não vença a eleição presidencial de novembro.

Apesar do elevado número de mortes e do desastre humanitário provocados pela guerra em Gaza, os combates entre milicianos islamistas e tropas israelenses não dão trégua.

"A escola Khadija, que abrigava uma unidade médica improvisada na área de Deir Al Balah, foi alvo recentemente de um ataque que deixou 30 mártires e mais de 100 feridos", afirmou o Ministério da Saúde de Gaza em um comunicado.

O Exército israelense anunciou uma operação na escola contra os "terroristas" que atuavam no local.

Mais ao sul, 170 palestinos morreram e centenas ficaram feridos desde o início, na segunda-feira, de uma nova operação do Exército israelense em Khan Yunis, informou à AFP o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal.

Ordens de evacuação
Mais de 180 mil pessoas fugiram da localidade desde segunda-feira, segundo a ONU, quando o Exército ampliou as operações na região, em resposta aos disparos de foguetes a partir de Khan Yunis contra Israel.

As forças israelenses determinaram a evacuação de algumas áreas da cidade, incluindo um ponto que havia sido declarado como zona humanitária segura, e ordenaram o deslocamento da população para a "zona humanitária de Al Mawasi", antes de novas operações militares.

Os palestinos, no entanto, temem seguir para Al Mawasi, pois a área já foi alvo de bombardeios israelenses. Imagens registradas pela AFP mostram feridos e corpos sendo levados para o hospital Naser de Khan Yunis.

Nos últimos meses, o Exército israelense retornou a diversas zonas do território onde afirmava ter eliminado o Hamas, organização que Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram "terrorista".

O conflito começou em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

O Exército israelense calcula que 111 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, incluindo 39 que estariam mortas.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva que matou pelo menos 39.258 pessoas em Gaza, também civis em sua maioria, segundo o Ministério da Saúde do território.

Mortos nas Colinas de Golã
Por outro lado, o lançamento de foguetes contra as Colinas de Golã, um território sírio anexado por Israel, resultou em pelo menos 11 mortes, declarou Eli Bin, diretor geral do Magen David Adom, o equivalente israelense da Cruz Vermelha.

O Exército israelense acusou o movimento libanês Hezbollah pelo ataque, o que o grupo, alinhado ao Irã, negou categoricamente. Mesmo assim, Israel afirmou que "preparará uma resposta" contra o movimento, destacando que este foi o "ataque mais mortal contra civis israelenses desde 7 de outubro".

Netanyahu declarou que o Hezbollah "pagará um preço alto" e o presidente israelense, Isaac Herzog, afirmou que o grupo "assassinou brutalmente" crianças.

O alto representante da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou neste sábado o "banho de sangue" ocorrido nas Colinas de Golã.

"É necessária uma investigação internacional independente sobre este incidente inaceitável. Instamos todas as partes a mostrarem a maior prudência e a evitarem uma nova escalada", declarou Borrell em um comunicado.

Além de bombardear a Faixa de Gaza, Israel impôs um cerco quase total ao território palestino em 9 de outubro, impedindo a entrada de alimentos, água, medicamentos e combustível.

A ajuda humanitária entra a conta-gotas no território, onde quase 2,4 milhões de pessoas enfrentam o risco de fome, segundo a ONU.

Os bombardeios só foram interrompidos durante uma trégua de uma semana em novembro, mas as negociações para um novo cessar-fogo e a libertação de reféns fracassaram desde então.

A Al Qahera News, um canal próximo ao serviço de inteligência egípcio, informou que uma nova reunião acontecerá no domingo em Roma entre os representantes dos países mediadores - Egito, Estados Unidos e Catar - e o diretor do serviço de inteligência de Israel.

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