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Guerra

Bombardeios russos no Ano Novo deixam 4 mortos e 50 feridos na Ucrânia

Esses bombardeios aconteceram na capital do país, Kiev, e em outras sete regiões da Ucrânia

Ataques russos em KievAtaques russos em Kiev - Foto: Dimitar Dilkoff/AFP

Bombardeios russos nas horas anteriores e posteriores à passagem do ano deixaram pelo menos quatro mortos e 50 feridos na Ucrânia, segundo o exército ucraniano, que disse ter derrubado drones explosivos de fabricação iraniana usados nos ataques.

Esses bombardeios aconteceram na capital do país, Kiev, e em outras sete regiões da Ucrânia, conforme as últimas informações divulgadas pelas autoridades locais e regionais.

Três pessoas morreram, entre elas uma jovem de 22 anos, na cidade de Khmelnitski, no oeste do país. A quarta vítima perdeu a vida após um bombardeio russo na província de Zaporizhzhia, no sul do país, segundo as autoridades ucranianas.

Entre os 50 feridos, há dois adolescentes, de 13 e 12 anos, que vivem em uma localidade próxima da cidade de Kherson, no sul, recuperada pelas tropas ucranianas em novembro.

No centro de Kiev, um míssil atingiu a fachada de um hotel.

No Facebook, o chefe da polícia, Andriy Nebitov, publicou uma imagem dos restos de um drone com as palavras "Feliz Ano Novo" em russo.

"Isso é tudo de que precisamos saber sobre o Estado terrorista e suas Forças Armadas", escreveu ele em seu post.

O Exército ucraniano anunciou ter derrubado 45 drones de fabricação iraniana durante a madrugada, embora não tenha informado se estes robôs usados como projéteis atingiram seus alvos.

A Ucrânia 'não vai dar nada' à Rússia
Nas primeiras horas de segunda-feira (noite de domingo, 1º, no Brasil), Kiev sofreu um novo ataque aéreo e a cidade foi posta em alerta, informou neste domingo, pelo Telegram, a administração militar da capital.

"Permaneçam em refúgios!", implorou Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, que anunciou que "o alerta aéreo está ativo na capital" ucraniana.

O prefeito Vitali Klitschko reportou, por sua vez, uma explosão no distrito de Desnyanskyi (nordeste) e assegurou que "todos os serviços de emergência estão a caminho".

Ele informou que um jovem de 19 anos foi hospitalizado com ferimentos após o ataque da madrugada da segunda-feira.

Enquanto isso, no domingo, "o inimigo executou 35 ataques aéreos, usando em particular o drone 'Shahed-136'", e todos os mísseis disparados pela Rússia foram destruídos, anunciou à noite o Estado-Maior do Exército ucraniano.

"Os ocupantes russos [...] dispararam 16 vezes lança-foguetes múltiplos, em particular contra o hospital infantil de Kherson", cidade do sul que é bombardeada regularmente desde que foi recuperada em meados de novembro pelas tropas de Kiev.

Os russos "estão perdendo, os drones, os mísseis e tudo o mais não vão ajudá-los porque estamos juntos", reagiu neste domingo à noite o presidente Volodimir Zelensky.

"E não vão tirar um único ano da Ucrânia, não vão tirar a nossa independência. Não lhes daremos nada. Respondemos a cada ataque russo [...] em todas as nossas cidades e comunidades", insistiu.

O Ministério da Defesa da Rússia havia informado que os bombardeios no sábado tiveram como alvo "instalações de defesa ucranianas envolvidas na fabricação de drones ofensivos usados para cometer ataques terroristas contra a Rússia".

"Conseguimos desmantelar os planos do regime de Kiev de organizar ataques terroristas contra a Rússia em um futuro próximo", acrescentou.

Bombardeios em Donetsk
O Exército russo afirmou, ainda, que continua sua ofensiva na província de Donetsk, no leste da Ucrânia, anexada pela Rússia em setembro. A zona agora concentra a maior parte dos combates.

O Estado-Maior ucraniano destacou a esse respeito na noite deste domingo que "o inimigo [...] continuou tentando ataques no setor de Bakhmut", cidade da província da qual os russos tentam se apoderar há mais de seis meses.

Os soldados engajados na batalha de Bakhmut sofrem uma "incrível fadiga" moral e física, disse à AFP Mark Kupchenenko, capelão militar que visita a linha de frente diariamente para dar apoio às tropas. Alguns têm "ataques de pânico, tremores nas mãos, não conseguem descansar", relatou.

Em sua mensagem de fim de ano, Zelensky elogiou a resistência ucraniana frente à invasão russa e disse que seu país vai lutar até a "vitória" - até recuperar todos os territórios ocupados ou anexados pela Rússia.

No lado pró-Rússia, autoridades em territórios separatistas no leste da Ucrânia relataram a morte de um civil em bombardeios ucranianos na cidade de Yasinuvata, na província de Donetsk, e na cidade vizinha de Makiivka, que deixaram pelo menos 15 feridos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, por sua vez, que a "justiça moral e histórica" está do lado de seu país nesta guerra e acusou os ocidentais de "usarem, cinicamente, a Ucrânia e seu povo para enfraquecer e dividir a Rússia".

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