Bombeiros espanhóis avançam na luta contra o incêndio de Tenerife
As chamas começaram na terça-feira em uma zona montanhosa no nordeste da ilha
Os bombeiros avançam na extinção do enorme incêndio na ilha espanhola de Tenerife, depois de uma noite de sábado para domingo "muito melhor do que esperávamos", segundo o presidente do arquipélago das Canárias, Fernando Clavijo.
As chamas começaram na terça-feira em uma zona montanhosa no nordeste da ilha e, após cinco dias, queimaram 8.400 hectares e obrigaram à evacuação de mais de 12 mil pessoas.
"A noite correu muito melhor do que esperávamos. No final, alertávamos para uma situação complexa, aumento das temperaturas e vento. (...) Mas os bombeiros fizeram um trabalho muito intenso", disse Clavijo em conferência de imprensa na manhã deste domingo.
"Isso não significa que devemos baixar a guarda, hoje (domingo) é um dia de muito trabalho porque o aumento da temperatura vai complicar as operações", acrescentou o presidente regional.
A responsável pela Defesa Civil do arquipélago, Montse Roman, disse à rede de televisão estatal RTVE que as operações se concentraram principalmente na "defesa das infraestruturas e residências".
Segundo o governo autônomo do arquipélago turístico, mais de 12 mil pessoas foram obrigadas a deslocar-se por causa das chamas.
Cerca de 20 unidades aéreas se uniram à luta contra as chamas no domingo.
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"Nos arruína"
O incêndio gerou uma grande coluna de fumaça, subindo bem acima do topo do Teide, o vulcão que domina a ilha.
Candelaria Bencomo Betancor, uma agricultora de 70 anos, observou com tristeza o avanço das chamas em direção à cidade de La Matanza de Acentejo.
"O fogo está perto da fazenda e ali temos o caminhão, o furgão, as galinhas (…) Um negócio que vai bem, mas se o fogo chega, nos arruína totalmente", diz às lágrimas.
O incêndio não afetou apenas onze localidades de Tenerife, mas os serviços de emergência alertaram para a qualidade do ar nas sete ilhas Canárias "devido à fumaça gerada" pelas chamas.
O diretor dos trabalhos de extinção, Pedro Martínez, indicou tratar-se de um "incêndio de sexta geração", termo que define os superincêndios com uma evolução difícil de prever.
A Espanha, com cerca de 500 incêndios que destruíram mais de 300 mil hectares em 2022, foi o país mais afetado na Europa pelos incêndios que atingiram o continente no ano passado, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
Segundo o EFFIS, até agora este ano, quase 76.000 hectares foram destruídos por 340 incêndios na Espanha, um dos países europeus mais vulneráveis às mudanças climáticas.