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GRÉCIA

Bombeiros gregos combatem incêndios em Atenas e outras cidades

País amanheceu com um forte cheiro de queimado e com uma espessa fumaça preta cobrindo o céu

Incêndio florestal se espalha em Archanes, norte de AtenasIncêndio florestal se espalha em Archanes, norte de Atenas - Foto: Angelos Tzortzinis/AFP

Atenas amanheceu com uma fumaça espessa nesta quarta-feira (23), enquanto os bombeiros lutavam pelo quinto dia consecutivo contra incêndios na região da capital grega e em outras cidades do país, que provocaram pelo menos 20 mortes.

No monte Parnitha, um dos quatro que circundam a capital grega, um incêndio continua devastando uma área florestal.

As chamas já atingiram algumas casas em Menidi, cidade nos arredores de Atenas, perto de uma instalação militar. Anteriormente, o incêndio destruiu propriedades e casas em Hasia e Fyli, perto da capital.

"Muitas pessoas se recusam a sair de casa", disse Nikos Kuntromichalis, membro da Cruz Vermelha grega, ao canal público ERT.

"Encontramos idosos desmaiados no quintal", acrescentou este responsável, que se encontrou em Menidi. Segundo ele, a Cruz Vermelha teve de atender diversas pessoas que sofreram queimaduras e problemas adversos.

“Infelizmente, o vento não ajuda”, afirmou o vice-prefeito de Menidi, Stathis Topalidis.

O centro de detenção de migrantes em Amygdaleza, 25 km ao norte de Atenas, também precisou ser evacuado.

Centenas de focos
Nos últimos cinco dias, os bombeiros gregos tiveram de combater 350 incêndios, dos quais 200 foram declarados nas últimas 48 horas, disse o ministro da Defesa Civil, Vasilis Kikilias, em coletiva de imprensa.

“Nunca vi condições tão extremas em 32 anos de serviço”, disse o chefe do Corpo de Bombeiros Grego, Yorgos Purnaras.

Nesta quarta-feira (23), Atenas amanheceu com um forte cheiro de queimado e com uma espessa fumaça preta cobrindo o céu.

Na terça-feira, os serviços de Defesa Civil ordenaram a evacuação do bairro Ano Liosia, que tem cerca de 25 mil habitantes e está localizado no noroeste da área metropolitana de Atenas, perto de Fyli. Alguns moradores decidiram, no entanto, permanecer em suas casas para tentar mantê-las.

Outro foco ativo ocorreu ao mesmo tempo em um aterro sanitário na área industrial de Aspropyrgos, no oeste da capital.

No nordeste do país, perto da fronteira com a Turquia, na zona do rio Evros, dois focos descontrolados continuam causando estragos perto da cidade de Alexandrópolis e na floresta de Dadia, onde ameaçam um parque nacional.

Na terça-feira (22), 18 claros migrantes, entre eles duas crianças, foram encontrados mortos perto da fronteira turca ao norte de Alexandrópolis.

Na segunda-feira (21), outros dois corpos foram encontrados em áreas queimadas: o de um certo migrante em Lekfimi, perto de Alexandrópolis, e de um pastor na Beócia, noroeste de Atenas.

Rumores se mantiveram nas redes sociais, acusando migrantes de estarem por trás dos incêndios, de origem desconhecida até o momento.

Três pessoas foram detidas na terça-feira no norte da Grécia sob a acusação de forçar migrantes irregulares a subirem em um reboque de caminhão, responsabilizando-os pelos incêndios. Essas três pessoas publicaram um vídeo de seus atos nas redes sociais e incentivaram as pessoas a imitá-los.

A Promotoria da Suprema Corte grega ordenou, nesta quarta-feira, que o promotor local investigue as causas dos incêndios e das manifestações de racismo contra os migrantes.

As chamas também afetaram as ilhas de Eubeia e Cythnos, no Egeu, e Beócia.

Mais de 40 mil hectares foram queimados em três dias, de 19 a 21 de agosto, segundo o Observatório Nacional de Atenas.

As condições climáticas de calor intenso e seca, que aumentam os riscos de incêndio, aceitaram até sexta-feira, informaram o serviço meteorológico.

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