Memória

Boric inicia busca por detentos desaparecidos durante ditadura no Chile

São 1.192 pessoas desaparecidas no período da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990)

Presidente chileno, Gabriel BoricPresidente chileno, Gabriel Boric - Foto: Martin Bernetti/AFP

O presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, anunciou, neste domingo  (11), o lançamento do plano de busca de detentos desaparecidos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), em marco do 49º aniversário do golpe de Estado.

"Nosso compromisso é (...) continuar buscando incansavelmente os detentos desaparecidos, 1.192 detentos desaparecidos que ainda não sabem onde estão. Não é aceitável, não é tolerável, não podemos naturalizar", afirmou o presidente.

A iniciativa, anunciada em junho durante o discurso anual de prestação de contas à nação, contempla o trabalho em conjunto com as organizações de familiares de detentos desaparecidos e executados por motivos políticos.

"Esse compromisso é de avançar na verdade, na justiça, na reparação de todas as vítimas de violência perpetrada por agentes do Estado, porque essa é a única e principal garantia de não repetição que podemos oferecer", disse Boric.

O presidente fez o anúncio no âmbito das atividades oficiais em comemoração do golpe de Pinochet contra o governo do socialista Salvador Allende (1970-1973), em 11 de setembro de 1973, que deu início ao regime militar.

Boric compartilhou que, no início do dia, visitou o túmulo de Allende no Cemitério Geral de Santiago, onde está prevista a chegada de uma peregrinação dos familiares das vítimas da ditadura, como acontece todos os anos nesta data.

Ao longo do dia, vários grupos políticos e cidadãos se reuniram para homenagear a estátua de Allende em frente ao palácio presidencial de La Moneda e deixaram rosas vermelhas em sua homenagem. Flores como esta também foram colocadas nas varandas da sede do governo.

A partir de hoje, o governo chileno inicia as solenidades do 50º aniversário do golpe de Estado, que terminará daqui a um ano, em 11 de setembro de 2023.

A ditadura chilena durou 17 anos e deixou 40.175 vítimas, entre executados, detidos, desaparecidos, presos políticos e torturados, segundo dados da comissão oficial que recolheu depoimentos de vítimas e familiares.

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