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Desmatamentos no Brasil

Brasil anuncia metas mais ambiciosas de redução de emissões e desmatamento

Durante a COP26, o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite anunciou que antecipará em dois anos, de 2030 para 2028, sua meta de erradicar o desmatamento ilegal

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, faz discurso de abertura da participação do Brasil na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26),na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em BrasíliaO ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, faz discurso de abertura da participação do Brasil na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26),na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília - Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

O governo brasileiro, muito criticado por sua política ambiental, anunciou nesta segunda-feira (1) durante a COP26 que está se comprometendo com metas mais ambiciosas para reduzir os gases de efeito estufa e eliminar o desmatamento ilegal.

"Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa, passando de 43% para 50% até 2030 e de neutralidade de carbono até 2050, que será formalizada durante a COP26", disse o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite durante uma apresentação em Brasília que foi transmitida ao vivo no pavilhão do Brasil em Glasgow.

Leite chegará à cúpula do clima da ONU em 7 de novembro.

A redução de gases será em relação às emissões de 2005. A meta de neutralidade já havia sido adiantada pelo governo - de 2060 para 2050 - em abril.

Durante a transmissão, o governo também anunciou que antecipará em dois anos, de 2030 para 2028, sua meta de erradicar o desmatamento ilegal, apesar dos números recordes dos últimos anos sob o governo de Jair Bolsonaro.

Em vídeo pré-gravado e transmitido no pavilhão brasileiro, Bolsonaro afirmou que “o Brasil é parte da solução para superar esse desafio global”. “Os resultados alcançados pelo nosso país até 2020 mostram que podemos ser ainda mais ambiciosos”, defendeu.

Acusado de cortar pessoal e verbas para órgãos públicos dedicados à preservação do meio ambiente, o governo brasileiro fez uma série de anúncios nas últimas semanas na tentativa de melhorar sua imagem internacional durante a cúpula.

O enviado dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, elogiou o anúncio brasileiro. “Saudamos os novos compromissos do Brasil”, escreveu em sua conta no Twitter. "Isso adiciona um impulso crucial ao movimento global para combater a #CriseClimática. Estamos ansiosos para trabalhar juntos!", acrescentou.

Na última sexta-feira, o Brasil, que abriga 60% da Amazônia, anunciou que assinará o "Forest Deal", acordo-chave que pretende ser alcançado durante a COP26 para reduzir o desmatamento e a degradação do solo até 2030.

De acordo com um relatório publicado pelo Observatório do Clima, as emissões de CO2 do Brasil aumentaram 9,5% em 2020 com relação ao ano anterior, apesar da média mundial ter caído 7% devido à pandemia do coronavírus, que obrigou a reduzir o transporte e a produção.

Essa exceção se deveu ao fato de que “alta no desmatamento no ano passado, em especial na Amazônia, pôs o Brasil na contramão do planeta”.

Desde que Bolsonaro assumiu o poder, em janeiro de 2019, a Amazônia perdeu cerca de 10.000 km² de floresta por ano (quase a área da Jamaica), em comparação com cerca de 6.500 km² por ano na década anterior.

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