Brasil, Colômbia e México insistem na necessidade de divulgar atas eleitorais na Venezuela
Após os resultados das eleições venezuelanas realizadas em 28 de julho, os protestos eclodiram em todo o país
Os governos do Brasil, Colômbia e México insistiram, nesta quinta-feira (8), na necessidade de que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgue as atas eleitorais, após as eleições presidenciais questionadas que deram Maduro como vencedor.
Embora os países tenham dito que tomaram nota do processo no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), ao qual Maduro apelou para que confirmasse sua vitória, Brasil, Colômbia e México "partem da posição de que o CNE é o órgão ao qual corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos resultados eleitorais", segundo um comunicado conjunto.
A CNE, alinhada ao chavismo, proclamou Maduro vencedor do pleito com 52% dos votos, mas não publicou os detalhes da apuração alegando que seu sistema sofreu um ataque hacker.
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Em meio às denúncias de fraude da oposição, Maduro recorreu na semana passada ao TSJ, também acusado de servir ao chavismo, para pedir a “certificação” da vitória, em um processo criticado por acadêmicos e líderes políticos.
O opositor Edmundo González Urrutia, que se considera vencedor das eleições, desobedeceu em dois benefícios uma citação para comparecer à suprema corte por considerar que tais convocações violariam o "devido processo" e colocariam "em risco" a "vontade do povo".
Após os resultados das eleições realizadas em 28 de julho, os protestos eclodiram em todo o país e deixaram pelo menos 24 mortos, segundo organizações de direitos humanos.
A oposição publicou em um site cópias de mais de 80% das atas que, segundo seus líderes, comprovaram a vitória de González Urrutia. O chavismo, por sua vez, ignora a validade dos documentos.
Colômbia, Brasil e México, que buscam mediar uma solução para uma crise na Venezuela, não mencionam avanços concretos nas conversas.
A líder opositora María Corina Machado anunciou nesta quinta-feira ao governo mexicano sobre uma "onda migratória" iniciada por venezuelanos se Maduro permanecesse no poder.
Colômbia, Brasil e México "reiteraram o apelo aos atores políticos e sociais do país para que exercessem a máxima cautela e moderação em manifestações e eventos públicos, e às forças de segurança do país para que garantissem o pleno exercício deste direito democrático dentro dos limites da lei", afirmaram no comunicado.
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