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Brasil

Dia Nacional do Rodeio, instituído por Bolsonaro, será comemorado no dia do padroeiro dos animais

Modalidade alvo de críticas de entidades de proteção animal a data será celebrada no Dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais

Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante Cerimônia de abertura do rodeio da 64ª Festa do Peão de Boiadeiro de BarretosPresidente da República, Jair Bolsonaro, durante Cerimônia de abertura do rodeio da 64ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos - Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República

O presidente Jair Bolsonaro publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira (5) sanção à lei que institui a partir do ano que vem o Dia Nacional do Rodeio no país. Modalidade alvo de críticas de entidades de proteção animal, que apontam supostos maus-tratos em touros e cavalos, a data será celebrada justamente no Dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais, em 4 de outubro.

Bolsonaro tem laços estreitos com o mundo dos rodeios. Nos últimos três anos participou da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos (a 423 km de São Paulo), a mais tradicional do gênero no país, e neste ano, assinou na cidade decreto que flexibiliza a legislação sobre o setor no Brasil e andou a cavalo na arena de rodeios.

O decreto, cujo anúncio foi feito no estádio de rodeios do Parque do Peão de Barretos em um dos dias de maior público, estabelece que compete ao Ministério da Agricultura avaliar protocolos de bem-estar animal elaborados por entidades promotoras de rodeios.

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"Esse momento em que tantos criticam as festas de peões ou as vaquejadas quero dizer que, com muito orgulho, estou com vocês. Para nós, não existe o politicamente correto, faremos o que tem de ser feito", disse o presidente em Barretos após o anúncio do decreto.

Com isso, atendeu demanda de organizadores de festas de peão, que querem evitar que seus eventos corram o risco de serem cancelados em cima da hora por uma liminar judicial. Agora, acreditam, estão amparados pela legislação por submeterem seus rodeios ao ministério.

Também será possível, com a mudança, a realização de provas não disputadas em alguns lugares, inclusive por conta da morte de animais. Além de montarias em touros e cavalos, provas como team penning (apartação), do laço (em que, como o nome sugere, é preciso laçar o animal) e bulldog (na qual o peão tem de derrubar o animal usando as mãos) fazem parte do mundo dos rodeios.

Barretos, por exemplo, não realiza a prova do laço desde meados da década passada, por conta da falta de um reduto de impacto no animal e de uma lei municipal que a impedia. Já a do bulldog não ocorre desde 2012, após um bezerro morrer no ano anterior.

Apesar de liberadas, isso não quer dizer que Barretos voltará a adotá-las. Se neste ano Bolsonaro assinou decreto favorável aos rodeios, em 2018, durante a campanha eleitoral, entrou na arena de Barretos montado em um cavalo. Já no ano anterior, ainda como deputado federal pelo PSC, defendeu os rodeios como manifestação cultural e criticou a legislação ambiental do país.

As festas de peão, oficialmente, surgiram em 1956 no Brasil, com a primeira edição da festa de Barretos. Mas, nove anos antes, a própria cidade do interior paulista teve um evento que hoje considera-se um embrião da modalidade. O país tem hoje cerca de 2.000 festas de peão por ano e a estimativa é que, em São Paulo, 400 dos 645 municípios realizem montarias em touros.

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