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Incêndios no Havaí

Brasileira que perdeu tudo em incêndio no Havaí esperou 11 horas por resgate no mar

Ana Carolina Penedo estava com a mãe em Lahaina quando o fogo se alastrou; segundo relatos publicados no Instagram, plano de retirada de civis não foi eficiente

Incêndios florestais no Havaí mataram dezenas de pessoas e deixaram cerca de mil desaparecidasIncêndios florestais no Havaí mataram dezenas de pessoas e deixaram cerca de mil desaparecidas - Foto: AFP

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Ana Carolina Penedo perdeu tudo nos incêndios florestais que atingiram a ilha de Maui, no Havaí, esta semana. Em relato publicado no Instagram, a brasileira conta como ela e a mãe precisaram se jogar no mar para fugir das chamas que devastaram a cidade turística de Lahaina e já deixaram ao menos 80 pessoas mortas — um número que ainda pode aumentar.

— Eu e minha mãe não evacuamos Lahaina a tempo, então a gente ficou presa no fogo — afirma. — Eu não tinha informação, estava desde as 6 horas da manhã [de quinta-feira] sem luz e sem sinal de celular. Não teve um alarme nem um plano de evacuação eficiente, foi aterrorizante. Tive que abandonar meu carro na rua, porque o fogo começou a chegar, mas graças a Deus tinha o mar pra gente se jogar.

Penedo conta ainda que a mãe não sabia nadar, mas que, felizmente, elas conseguiram se abrigar entre algumas pedras. O resgate demorou cerca de 11 horas para chegar.

— A gente está bem agora, mas muito abalada emocionalmente Minha mãe não sabe nadar, então não foi uma coisa tranquila. A gente entrou no mar por volta de umas 4 horas da tarde [de quinta-feira], tinham umas pedras, a gente ficava entre o mar e as pedras. A gente foi resgatada pelos bombeiros por volta de 3 horas da manhã [de sexta] — lembra.

Embora a causa inicial ainda não tenha sido determinada, os incêndios florestais que atingem o Havaí, e que deixaram, até então, 80 mortos e mais de mil desaparecidos, já são o pior desastre natural da História do estado americano, impulsionados por ventos de furacão e a seca — que afeta 14% do arquipélago, segundo o Monitor de Secas dos EUA, enquanto 80% do território foi classificado como anormalmente seco.

— A única coisa que eu consegui salvar foi o meu passaporte e a roupa que eu estou vestindo. Meu carro, celular, carteira, identidade, computador, toda a vida, móveis, tudo [se foi] — acrescenta Penedo. — Em muitos momentos, não sabia se a gente ia conseguir se salvar. Muita gente foi retirada do mar sem vida. O número de pessoas mortas ainda está longe de ser final.

Em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, o governador do Havaí, Josh Green, afirmou que os incêndios florestais na região foram o "maior desastre natural" da História do estado americano.

— Nunca tivemos um incêndio florestal que afetasse uma cidade como esse antes — disse Green, citando também os impactos das mudanças climáticas sobre o Havaí.

A ONU alertou recentemente para o aumento global de incêndios extremos devido às mudanças climáticas. A combinação de clima seco, ventos e vegetação propensa a pegar fogo tem resultado em uma ameaça persistente de incêndios florestais não apenas no Havaí, que já enfrenta desafios crescentes para proteger suas comunidades e ecossistemas.

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