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EUA

Brasileiro flagra momento em que carro da Tesla pega fogo em frente a hotel de Trump em Las Vegas

Alcides Antunes estava chegando ao local quando viu o veículo em chamas após explodir; suspeito foi identificado pelas autoridades como Matthew Livelsberger

Alcides estava chegando ao hotel em Las Vegas quando viu o veículo em chamasAlcides estava chegando ao hotel em Las Vegas quando viu o veículo em chamas - Foto: Alcides Antunes/ESN/AFP

Um brasileiro flagrou o momento em que a picape Cybertruck da Tesla pegou fogo após explodir em frente ao Trump International Hotel na quarta-feira, ação que as autoridades americanas já admitem ter sido provocada intencionalmente e que, de acordo com a Bloomberg, é investigada como um potencial ato de terrorismo. O suspeito, identificado como Matthew Livelsberger, um sargento-chefe do Exército americano afastado do serviço ativo, morreu na explosão.

Alcides Antunes estava chegando ao hotel em Las Vegas quando viu o veículo em chamas.

— Tem um Tesla Cybertruck pegando fogo na entrada do hotel, car*. Nossa Senhora, que "preju", caramba — diz o homem no vídeo, enquanto uma voz feminina reclama do cheiro de fumaça. — É, Elon Musk, esse deu ruim. Ainda bem que eu vendi o meu Tesla.

Musk, CEO da Tesla, comentou o incidente, classificando-o como incomum. Em comunicado no X, o bilionário disse que "toda a equipe sênior da Tesla está investigando o assunto neste momento". Ele ainda acrescentou: "Nunca vimos nada parecido com isso."

O Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas recebeu um relato de explosão por volta das 8h40 no horário local no Trump Hotel. O xerife Kevin McMahill informou, em entrevista coletiva, que uma Cybertruck 2024 “parou próximo às últimas portas de entrada do hotel” e que uma fumaça começou a sair do veículo. Acrescentou que, "em seguida, houve uma grande explosão".

Ao longo do dia, uma série de elementos divulgados por fontes oficiais a veículos de imprensa começam a traçar um breve perfil sobre o suspeito e os preparativos para a ação. De acordo com o Exército, Livelsberger alistou-se como cadete nas Forças Especiais e serviu na ativa de janeiro de 2006 a março de 2011, depois serviu na Guarda Nacional de março de 2011 a julho de 2012 e na reserva do Exército de julho de 2012 a dezembro de 2012. Ele retornou ao serviço ativo em dezembro de 2012, servindo nas Operações Especiais do Exército dos EUA.

Lá, serviu nos Boinas Verdes, forças de elite altamente treinadas, atuando em combate ao terrorismo e treinamento de parceiros dos EUA. Foi destacado ao Afeganistão, Ucrânia, Tajiquistão, Geórgia e República Democrática do Congo e já havia recebido duas Estrelas de Bronze, uma delas por coragem sob fogo, além de outras condecorações militares. Atualmente, estava de licença, afirmou o Exército.

Livelsberger era um homem de 37 anos natural de Colorado Springs, disse o xerife Kevin McMahill a repórteres nesta quinta-feira. Ele acrescentou que, além do ferimento à bala, o corpo do sargento Livelsberger havia sido queimado "além do reconhecimento" — Livelsterger atirou na própria cabeça imediatamente antes de o veículo ser consumido pelo fogo, confirmaram as autoridades.

Oficialmente, o Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas anunciou na quarta-feira que o veículo Tesla utilizado na detonação havia sido alugado por meio de um aplicativo que intermedia locações entre proprietários de veículos, o Turo — descrito pela imprensa americana como um Airbnb de carros. O carro foi locado no Colorado, de onde seguiu para seu destino final em Las Vegas.

O histórico militar e o aplicativo de locação utilizado para acessar o veículo usado na ação são pontos em comum entre o motorista do incidente em Las Vegas e Shamsud-Din Jabbar, que projetou o carro contra uma multidão que celebrava o ano-novo em uma região turística de Nova Orleans, matando 14 pessoas.

Na quarta-feira, contabilizando o perpetrador, o FBI afirmou que o ataque havia deixado 15 mortos, número revisto para 14 nesta quinta-feira. As equipes que trabalham na investigação disseram que estão averiguando possíveis vínculos entre os casos, mas a informação de momento é de que não há um elo evidente.

Nos dois casos, porém, as autoridades disseram ver elementos que comprovam a intencionalidade de provocar dano e fazer potenciais vítimas. Em La Vegas, o veículo que explodiu carregava o que foi apontado como um sistema de detonação caseiro, que utilizava fogos de artifício, galões de gasolina e combustível de acampamento. Ao menos uma fonte ouvida pela CNN afirmou que provavelmente a estrutura do Cybertruck diminuiu o impacto da explosão, uma vez que sequer os vidros da entrada do hotel quebraram.

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