Fronteira de Gaza com Egito é fechada, e brasileiros ficam retidos
Grupo estava no posto de fronteira de Rafah desde o começo da manhã e esperava para entrar no Egito
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que, apesar de os brasileiros na Faixa de Gaza terem sido autorizados a deixar a região, a saída deles não aconteceu nesta sexta-feira (10) porque o posto de controle na fronteira com o Egito permaneceu fechado. O governo brasileiro montou uma operação para repatriar 34 pessoas com nacionalidade brasileira ou parentes de brasileiros.
"Novamente não saíram, apesar de terem sido mobilizados até a região do posto de controle, não puderam passar porque o posto de controle não foi aberto. Estamos em contato com todas as partes e esperamos que esses nomes sejam autorizados a cruzar o mais rápido possível. Os nomes fazem parte da lista dos que foram autorizados a cruzar, mas até o momento nenhum desses nacionais de nenhuma nacionalidade cruzou nos ultimos três dias" afirmou o ministro.
Segundo Vieira, não é possível estimar quando eles poderão cruzar a fronteira devido à situação de conflito em Gaza. Ele também disse que o governo trabalhou desde o começo para retirar brasileiros e, ele próprio, falou em quatro ocasiões diferentes com o chanceler israelense, Eli Cohen.
"A passagem é complexa porque fica aberta durante poucas horas por dia. Há entendimento que primeiro passa ambulância com feridos e só depois disso passam os nacionais de outros países. Foi o que aconteceu hoje, ontem e quarta. Não teve passagem de Gaza para o Egito por impossibilidade de terminarem de passar as ambulâncias" justificou o ministro.
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O grupo de brasileiros e familiares autorizados a sair da Faixa de Gaza — zona de conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas desde o dia 7 de outubro — estavam no posto de fronteira de Rafah desde o começo da manhã e esperavam para entrar no Egito. A fronteira, no entanto, foi novamente fechada horas depois.
Muitas negociações foram necessárias até a autorização para os brasileiros saírem de Gaza, nesta sexta-feira. Só na última quarta-feira, o primeiro grupo foi liberado a deixar o enclave palestino, desde o atentado do Hamas em 7 de outubro e do início dos bombardeios israelenses no território. Até então, apenas caminhões com ajuda humanitária haviam entrado em Gaza.
Até quarta-feira (8), nenhum brasileiro havia sido incluído nas seis listas de pessoas liberadas para cruzar para o Egito pela passagem de Rafah, frustrando as expectativas do governo, que vinha pressionando diariamente as autoridades israelenses pela liberação. Ao todo, são 24 brasileiros, 7 palestinos com residência no Brasil e 3 parentes próximos que esperavam na fronteira em Rafah. Antes, mais de mil brasileiros que estavam em Israel e na Cisjordânia já haviam sido repatriados.
Na quinta-feira (9), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ligou para o chanceler de Israel, Eli Cohen. Após a conversa, o Itamaraty divulgou, em uma publicação no X (antigo Twitter) que o ministro israelense havia garantido que os brasileiros seriam incluídos na lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza, que seria divulgada nesta sexta-feira. O telefonema foi o quarto contato entre os dois ministros para tratar do assunto.
As negociações envolveram também conversas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os presidentes de Israel, Isaac Herzog; do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi; e da Autoridade Nacional Palestin