Bunker de fascista Mussolini reabre para visita do público com simulação de ataque aéreo em Roma
Local, um dos três abrigos construído para o líder italiano, tem formato de cruz e paredes com quatro metros de espessura
A seis metros abaixo do solo, corredores de 15 metros de comprimente e 2,5 de largura, paredes com quatro metros de espessura — tudo isso construído em um formato de cruz. A descrição corresponde a um bunker construído no início da década de 1940 para abrigar o líder fascista italiano Benito Mussolini e sua família com o avançar da Segunda Guerra Mundial (1939-45). A estrutura foi aberta ao público pela primeira vez em 2006, mas fechou as portas em 2008. O local comportou inaugurações temporárias, mas encerrou suas atividades novamente em 2021. No último dia 5, após diversas obras de restauração, ele voltou a receber visitas.
O bunker, um dos três construídos pelos fascista para o ditador, fica localizado no subsolo em frente ao Casino Nobile, na Villa Torlonia, em Roma, cujo terreno e a casa foram alugados para Mussolini de 1925 e 1943. Sua construção começou em dezembro de 1942, mas ainda faltavam portas estanques, sistemas de ventilação e banheiros quando o fascista foi deposto, no ano seguinte.
Leia também
• Bombardeio russo contra cidade ucraniana de Chernigiv deixa ao menos 17 mortos
• Marca 'Pablo Escobar' não poderá ser registrada na União Europeia
• Biden quer triplicar tarifas sobre aço e alumínio chinês
Além desse bunker, o líder fascista teria ainda uma adaptação de uma antiga adega e um abrigo antiaéreo — que também foi reaberto — construído no porão do Casino Nobile, cujas paredes tinham 120 centímetros de espessura, além de portas anti-gás e sistema de purificação e troca de ar.
— Não imaginava que, quando o projeto [de restauração] começou, haveriam as terríveis guerras que existem hoje, mas relembras as tragédias do conflito é sempre importante. Hoje, ainda mais — pontuou o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri à Ansa.
A reinauguração do local traz novos elementos, como uma exposição multimídia sobre Roma durante a Segunda Guerra Mundial, sistemas de ataque aéreo para civis e a série de 51 bombardeios dos Aliados que atingiram a cidade entre julho de 1943 — com enfoque no bombardeio contra o bairro de San Lorenzo, que matou mais de 3 mil civis — e maio de 1944. Na época, a Itália integrava o Eixo, ao lado da Alemanha nazista e do Japão.
O local não tem acessibilidade, o que dificulta a visita de pessoas com problemas de mobilidade. As visitas são guiadas e duram 50 minutos. Elas ocorrem de sexta a domingo e, aos sábados, o passeio acontece em inglês. Ao final, os visitantes vivenciam um ataque aéreo simulado ao local, com sons e vibrações. O valor do ingresso fica a € 12 (cerca de R$ 67) e ele pode ser comprado de maneira online.