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Buraco negro no centro da galáxia gerou bolha de gás, revela estudo

Detecção desta bolha, cujo tempo de vida não ultrapassou algumas horas, pode fornecer informações sobre o comportamento dos buracos negros

Imagem foi captada por telescópioImagem foi captada por telescópio - Foto: M. Kornmesser/European Southern Observatory/AFP

Os astrônomos observaram o aparecimento fugaz de uma bolha de gás circulando, a velocidades "incríveis", o buraco negro no centro de nossa galáxia - de acordo com um estudo científico publicado nesta quinta-feira (22).

A detecção desta bolha, cujo tempo de vida não ultrapassou algumas horas, pode fornecer informações sobre o comportamento dos buracos negros. Esses objetos astronômicos são ainda mais misteriosos, porque são literalmente invisíveis. E sua força gravitacional é tal que nem mesmo a luz pode escapar.

Sagittarius A*, o buraco negro supermassivo no coração da Via Láctea, está a pelo menos 27.000 anos-luz da Terra. Foi detectado graças ao movimento das estrelas em sua órbita. 

A colaboração EHT, uma rede mundial de radiotelescópios, publicou em maio passado a primeira imagem do anel de material que envolve o buraco negro antes de ser absorvido por ele. 

O ALMA, um desses radiotelescópios localizado no Chile, captou um sinal "muito surpreendente" nos dados de observação de Sagittarius A*, disse à AFP o astrofísico Maciek Wielgus, do Instituto Alemão Max Planck de Radioastronomia. 

Poucos minutos antes de ALMA coletar esses dados, o telescópio espacial Chandra detectou "uma enorme emissão" de raios X de Sagittarius A*, relatou.

Essa explosão de energia, que se acredita ser semelhante às tempestades solares, enviou uma bolha de gás voando ao redor do buraco negro a toda velocidade, descreve o estudo publicado na revista Astronomy and Astrophysics. 

O fenômeno observado por cerca de uma hora e meia permitiu calcular que a bolha de gás fez uma órbita completa do buraco negro em apenas 70 minutos, ou seja, a uma velocidade equivalente a 30% à da luz, que vai para 300.000 quilômetros por segundo. 

Uma velocidade que "desafia a imaginação", segundo Wielgus.

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