Caatinga registra desaparecimento de mais de mil açudes em 30 anos
Análises de satélites feitas ao longo de três décadas apresentaram mudanças graves na Caatinga, bioma situado predominantemente na região Nordeste. Na região, foi constatada a perda de cobertura vegetal em áreas de conservação do Oeste baiano e o aumento do albedo, energia solar que é refletida de volta à atmosfera, no Sertão pernambucano. Além disso, mais de 1.300 açudes desapareceram no interior de Alagoas.
A degradação do meio ambiente no Semiárido nordestino foi avaliada em uma pesquisa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). No estudo, foram analisadas imagens de satélite feitas em três sub-regiões, chamadas de “áreas-piloto”: o Oeste baiano, a Região Geográfica Imediata de Petrolina (que abrange outros cinco municípios de Pernambuco) e o Semiárido alagoano.
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O desaparecimento de açudes impacta diretamente a vida desenvolvida ao redor do local. Por mais que outros açudes apareçam, como mostrou a pesquisa, a mudança para moradores da região é drástica. “Surgiram outros açudes, mas isso chama atenção porque é uma região de alta vulnerabilidade social, e provavelmente este é um cenário que se repete nos outros estados nordestinos”, informou o professor e coordenador do projeto, Neison Freire.
Em relação às mudanças climáticas, o estudo revela tendência de intensificação da estiagem e prolongamento dos ciclos de seca no bioma da Caatinga para o futuro. Essas transformações no meio ambiente também impactam no Litoral, onde as projeções indicam a ocorrência de tempestades e eventos catastróficos mais severos.