Logo Folha de Pernambuco

BRASIL

Caiado: SUS e sistema de educação não podem ser confundidos com sistema de segurança pública

"A teoria é muito fácil, mas a praticidade é totalmente diferente", disse o governador goiano

O governador de Goiás, Ronaldo CaiadoO governador de Goiás, Ronaldo Caiado - Foto: Reprodução

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse que o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) não pode ser confundido com o Sistema Único de Saúde (SUS) ou o sistema de educação.

O SUSP está previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública que está sendo apresentada nesta quinta-feira, 31, pelo governo Lula a governadores em reunião no Palácio do Planalto.

Caiado elogiou a iniciativa de Luiz Inácio Lula da Silva em convocar a reunião, mas disse que o governo tem de "buscar não só experiências teóricas, mas práticas".

"A teoria é muito fácil, mas a praticidade é totalmente diferente. Se partirmos de premissas erradas, vamos chegar a conclusões erradas. Com todo o respeito, mas o SUS e sistema de educação não podem ser confundidos com SUSP, são coisas distintas", completou.

"Eu trato a pneumonia, câncer e fratura exposta de forma igual em qualquer Estado. Busco a educação de qualidade, alfabetização em qualquer município e Estado. Agora, segurança pública tem peculiaridades. Conheço a segurança pública de Goiás, mas não conheço na Amazônia, não sei como tratar em região de fronteira, no litoral", disse o governador na reunião com o presidente Lula, ministros e outros governadores para discutir a PEC.

Caiado defendeu, ainda, que o governo federal sirva de apoio aos Estados, e não estabeleça regras específicas. Segundo o governador, a PEC sugerida propõe normas que se sobrepõem às leis dos Estados.

"O governo federal tem de servir de apoio a nós, e não o governo e o Congresso quererem ditar regras para os entes federados. É uma inversão completa que parte de uma premissa totalmente errada", declarou.

O governador reclamou, por exemplo, de leis do Estado que foram questionadas na Justiça. Uma delas estabelecia que o crime de praticar incêndios criminosos no período da seca seria inafiançável.

"Prendi 12 bandidos, criminosos. Imediatamente, o Tribunal de Justiça derrubou a lei, dizendo que não podia legislar sobre a pena. Veio para o Supremo e derrubou na hora. Soltei 12 bandidos para continuar queimando a cana em Goiás. A que ponto chegamos? De que vale um governador? Cabe a mim pagar a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Técnica Científica e receber ordem do Congresso e da União, que vão dizer como devo abordar o crime", afirmou.
 

Veja também

Rodoviários se reúnem na Caxangá em pressão por paralisação; categoria tem reunião no TRT esta sexta
PARALISAÇÃO

Rodoviários se reúnem na Caxangá em pressão por paralisação; categoria tem reunião no TRT hoje

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel
POSICIONAMENTO

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel

Newsletter