Caldeirada de Itapissuma reabre ao público quase um mês após o incêndio
A partir deste fim de semana, o polo gastronômico localizado em frente ao Canal de Santa Cruz está autorizado a retomar as atividades
O cheiro do pirão com frutos do mar esfumaçando da cumbuca voltou a encher os olhos, bocas e narizes dos fregueses que resolvem dar uma parada no Canal de Santa Cruz, vendo as águas sob a ponte que liga o continente à Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife.
Com o aval de um laudo técnico da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), a Caldeirada de Itapissuma, que ficou fechada por quase um mês devido a um incêndio no dia 13 de outubro, reabriu neste fim de semana.
A autorização começou a valer no sábado (6), mas, para parte dos estabelecimentos que funcionam no polo gastronômico, o atendimento ao público só retornou mesmo neste domingo (7), dia que tradicionalmente apresenta o maior movimento. E neste primeiro após o retorno, depois de um início mais tranquilo, o fluxo se intensificou à medida que avançava a hora do almoço.
“Estou amando, é muita gostosa [a caldeirada]”, celebrava a aposentada Josy Pereira, 75, que veio de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, onde mora, para revisitar o local, aonde tinha ido “uma vez, há muito tempo”. “O visual maravilhoso, ao ar livre, ventinho bom”, elogiava.
Alívio
Para os comerciantes, que, antes do incêndio, tiveram de lidar com as crises da pandemia e do vazamento de óleo, o sentimento era de alívio.
A empreendedora Lidiane Pereira, que há dez anos atende os clientes, com mais 20 funcionários, na Caldeirada da Lidiane, ainda se lembra do medo que teve quando o fogo se alastrou no Centro de Artesanato, que fica por trás do restaurante. A área atingida continua interditada.
"O incêndio começou por volta de meio-dia, quando o povo vinha almoçar. Foi muito assustador", descreveu. Com a volta, a emoção foi inevitável. "Agora mesmo vibrei quando servi a primeira caldeirada", comemorou.
A gratidão foi compartilhada por Jaciara Araújo, que há cinco anos, com as tias e os colaboradores, prepara as refeições servidas pela Caldeirada da Socorro.
“A gente ficou mais de 15 dias parado, mas está na ativa graças a Deus. Dá muito alívio, porque trabalhamos de domingo a domingo e chegamos a fechar duas vezes durante a pandemia. Mas agora estamos firmes e fortes”, comentou.
O Mercado do Artesanato de Itapissuma foi interditado no dia 13 de outubro, depois que um incêndio atingiu o espaço, comprometendo também o funcionamento da Caldeirada. Um dia após o episódio, a prefeitura anunciou a concessão de um auxílio financeiro para os artesões e empreendedores do polo gastronômico durante o período de interdição.