Calor extremo é ameaça para saúde e merece atenção
O calor intenso que atinge o País nos últimos tempos traz uma série de impactos para a nossa saúde. Áreas como nariz e garganta são fortemente afetadas pela alta nos termômetros. Assim, é preciso redobrar o alerta, já que as previsões apontam que a onda de calor deve continuar nos próximos meses, junto com as variações bruscas de temperatura.
O ar seco pode levar a irritações na garganta, coceiras e até mesmo dificuldades para engolir. A alta temperatura favorece o aparecimento de doenças causadas por bactérias, vírus e fungos, além de problemas como irritações e desconforto na região da garganta.
O uso de aparelhos como ventilador e ar-condicionado para combater o calor também deve ser encarado com cuidado. Os ventiladores, quando não estão em boas condições de limpeza, podem liberar partículas de poeira, mofo e ácaros no ambiente, causando irritação e alergia não só na garganta, mas também no nariz e nos olhos.
Já o ar-condicionado pode contribuir para ressecar o ambiente, agravando a sensação de secura na garganta e trazendo uma maior propensão a contaminações, gerando ainda sintomas como rouquidão e dificuldade de engolir. Manter a garganta hidratada com a ingestão regular de líquidos e evitar locais excessivamente secos são medidas preventivas essenciais.
Outra preocupação durante períodos de calor extremo é a desidratação, que pode afetar diretamente as mucosas nasais. A falta de umidade pode levar a irritações, ressecamento e, em alguns casos, sangramentos no nariz. Crianças e idosos correm mais risco, já que possuem uma mucosa nasal mais sensível.
Quando as fossas nasais estão ressecadas, a função de filtragem e umidificação do ar inspirado fica comprometida, tornando o sistema respiratório mais suscetível a partículas irritantes e patógenos. Além de se manter hidratado, uma outra dica é utilizar umidificadores de ar.
Pacientes com condições respiratórias crônicas, como rinite alérgica ou asma, podem experimentar um agravamento dos sintomas devido à qualidade do ar durante ondas de calor. É importante evitar exposições prolongadas ao ar livre em horários mais quentes do dia e monitorar de perto qualquer agravamento dos sintomas.
A exposição prolongada ao calor e ao sol também pode afetar indiretamente os ouvidos, especialmente durante atividades ao ar livre. O suor excessivo pode aumentar o risco de infecções e quem recorre ao banho de mar ou piscina para se refrescar deve evitar a entrada de água nos ouvidos, buscando secar-se bem após sair da água ou ainda utilizar protetores auriculares.
Uma orientação é adotar práticas gerais de proteção durante ondas de calor, como usar roupas leves, evitar a exposição direta ao sol nas horas mais quentes e buscar ambientes sombreados e bem ventilados. Medidas preventivas relativamente simples podem fazer uma grande diferença para cuidar da saúde durante o calor extremo. Caso algum sintoma se manifeste de forma permanente ou mais intenso, o ideal é procurar a ajuda de um médico.
* Otorrinolaringologista do Hospital Santa Luzia ([email protected])
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