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INVESTIGAÇÃO

Camaragibe: MPPE oferece denúncia contra 12 PMs por chacina que deixou seis mortos da mesma família

Policiais militares são acusados de assassinar as vítimas a tiros por motivo torpe de vingança e sem chance de defesa

Policiais envolvidos no caso de Camaragibe após prestarem depoimentos na sede do GOEPoliciais envolvidos no caso de Camaragibe após prestarem depoimentos na sede do GOE - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) anunciou, nesta quinta-feira (7), que oficializou o envio de uma denúncia que acusa 12 policiais militares de participarem da chacina do Caso Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. 

O documento foi oficializado por meio do representante titular da 1ª Promotoria de  Justiça Criminal de Camaragibe, bem como dos promotores designados pelo Controle Externo do Grupo de Atuação Conjunta Especial (GACE) para o caso.

A denúncia do MPPE foi recebida pela Primeira Vara Criminal da Comarca de Camaragibe do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

A Vara expediu intimações para todos eles, para que ofereçam defesa por escrito, em resposta à acusação presente na denúncia.

"Assim que a Vara receber as respostas dos acusados, haverá o agendamento da primeira audiência de instrução do processo", informou o TJPE.

A lista de denunciados é composta pelos seguintes nomes: 

Os policiais militares são acusados de terem participado dos homicídios de Amerson Juliano da Silva, Agata Ayanne da Silva e Apuynã Lucas da Silva.

De acordo com a denúncia, o grupo de agentes públicos teria assassinado as vítimas a tiros, por motivo torpe de vingança e em uma emboscada sem chance de defesa.  

Os crimes aconteceram um dia depois que um confronto entre policiais e um irmão das vítimas, Alex da Silva Barbosa, conhecido como Alex Samurai, resultou em dois PMs mortos

Segundo o MPPE, na sequência dos fatos, “diversos policiais se deslocaram até Tabatinga, sob o comando, instrução e monitoramento de oficiais da Polícia Militar, onde iniciaram uma caçada a Alex e a parentes deste, com claro intuito homicida, em vingança pela morte dos colegas".  

Além dos três irmãos, também foram mortos Maria José Pereira da Silva e Maria Nathália Campelo do Nascimento, mãe e esposa de Alex, respectivamente. De acordo com o MPPE, o duplo homicídio é objeto de outro inquérito.

O caso também deixou mais uma pessoa morta. Baleada na cabeça durante a busca dos policiais por Alex, a jovem Ana Letícia, que estava grávida de sete meses no momento em que foi atingida, morreu cerca de um mês após o fato. Em coma, a adolescente deu à luz a uma menina, que nasceu prematura.

Outro adolescente, de 14 anos, também foi baleado na cabeça pelos policiais

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