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eleições NOS EUA

Campanha de Trump, recheada de comentários sexistas

Nessa quarta-feira, ele se autoproclamou "protetor" das mulheres, dizendo que as protegerá "gostem elas ou não".

Donald Trump em campanhaDonald Trump em campanha - Foto: Ian Maule/AFP

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, realiza uma campanha marcada por comentários ofensivos e depreciativos às mulheres, por parte dele mesmo e de seu entorno.

Na quarta-feira, ele se autoproclamou "protetor" das mulheres, dizendo que as protegerá "gostem elas ou não".

Sua rival democrata Kamala Harris classificou essas declarações de "muito ofensivas", a poucos dias das eleições presidenciais.

Segundo os especialistas, o eleitorado feminino tem preferência pela vice-presidente e os homens pelo ex-mandatário republicano.

Esta não é a primeira vez que o bilionário de 78 anos causa polêmica em relação às mulheres.

Em um vídeo que veio à tona antes das eleições presidenciais de 2016, é possível ouvir este pai de cinco filhos, nascidos de três mulheres diferentes, presumir que poderia usar sua fama para "agarrar as mulheres pela vagina".

Apesar de tudo, Trump venceu a então candidata democrata Hillary Clinton.

Para esta terceira campanha presidencial, na qual volta a ter uma adversária mulher, o republicano e seu entorno decidiram projetar uma mensagem viril.

'Um brinquedo'
O magnata foi condenado criminalmente por fraude contábil vinculada a um pagamento realizado a uma ex-atriz pornô, e no âmbito civil por difamar a autora E. Jean Carroll, que o acusa de tê-la estuprado na década de 1990.

Trump chamou Kamala Harris de "retardada mental" e "louca" que, se chegar a ser presidente, seria tratada como "um brinquedo" pelos demais líderes mundiais.

Com frequência, Trump debocha de sua risada extravagante.

Também compartilhou, em sua rede Truth Social, uma mensagem rude insinuando que Kamala, ex-procuradora-geral da Califórnia, devia seu sucesso profissional a favores sexuais.

O comício organizado recentemente pela equipe de campanha de Trump em Nova York, no lendário Madison Square Garden, causou controvérsia pelos comentários não apenas racistas, mas também sexistas, feitos no palco.

Um empresário disse que a vice-presidente era manipulada por "cafetões".

Alguns meios de comunicação e políticos que apoiam Trump também estão sendo muito criticados por comentários bastante depreciativos, beirando o obsceno.

'A autoridade dos maridos' 
O apresentador da Fox News Jesse Watters disse de Kamala: "Ela ficará completamente paralisada na 'Situation Room' [sala de crise da Casa Branca] enquanto os generais se divertem com ela."

Posteriormente, afirmou que seu comentário não tinha conotação sexual.

O influencer conservador Charlie Kirk atacou recentemente as mulheres que "prejudicam a autoridade de seus maridos" ao votarem secretamente em Kamala Harris.

Mas o comentário mais misógino desde o começo da campanha foi feito pelo companheiro de chapa de Trump, o senador J.D. Vance.

Em um vídeo de 2021, recuperado há alguns meses, ele disse que os governantes democratas se assemelhavam a um grupo de "mulheres sem filhos e com gatos" que "querem fazer com que o resto do país também seja uma desgraça", pois estão tristes por não terem descendência.

Essas manifestações preocupam o Partido Republicano antes de eleições muito acirradas, nas quais cada voto conta nos sete estados considerados decisivos.

Nikki Haley, adversária de Trump nas primarias republicanas, e chamada de "cabeça oca" pelo magnata, chamou a atenção para essa questão esta semana.

Referindo-se ao comício no Madison Square Garden, a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU declarou: "Essa coisa toda de masculinidade está chegando a um ponto em que vai incomodar as mulheres."

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