Argentina e Brasil

Campanha é uma coisa e o que acontece no governo é outra, diz Vieira sobre críticas de Milei a Lula

Chanceler afirma que ainda não entregou convite de presidente eleito argentino a Lula

Ministro das Relações Exteriores, Mauro VieiraMinistro das Relações Exteriores, Mauro Vieira - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou, neste domingo (26), que ainda vai mostrar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a carta assinada pelo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, com um convite para a posse no dia de dezembro. Vieira ressaltou que não sabe qual será a resposta de Lula, mas disse que nem sempre declarações de um candidato em campanha são as mesmas de alguém que assume um governo.

— O que foi dito durante a campanha é uma coisa e o o que acontece durante o governo é outra — disse o chanceler.

Ele se referia às críticas feitas por Milei durante a campanha a Lula. O presidente eleito, durante a campanha, chamou Lula de comunista, corrupto e ladrão. Mas Vieira não revelou o que recomendaria ao presidente sobre o convite.

— O que existe entre Brasil e Argentina é uma relação muito importante em várias áreas, como energia nuclear, ciência e tecnologia, trocas universitárias, comércio, indústria e investimentos — afirmou Vieira.

Para Mauro Vieira, ficou claro que a Argentina continuará no Mercosul, apesar das ameaças de Milei quando era candidato. Segundo ele, durante uma reunião com a futura chanceler do país vizinho, Diana Mondino, ela disse que a Argentina quer um Mercosul "maior e melhor".

-- Vamos trabalhar juntos com esse governo até o fim do mandato e com o novo governo, sabendo que há desejo de avançar.

A carta com o convite para a posse foi entregue a Vieira por Diana Mondino. Ela desembarcou nesta tarde em Brasília, com o objetivo de amenizar o clima entre os dois países, causado por ataques de Milei a Lula durante a campanha. O presidente brasileiro foi chamado, entre outras coisas, de comunista de corrupto.

Milei destacou, na carta, que os dois países têm "muitos desafios pela frente",. Afirmou que "mudanças econômicas, sociais e culturais, baseadas nos princípios da liberdade" posicionará ambos "como países competitivos, onde seus cidadãos poderão desempenhar ao máximo suas capacidades e, assim, escolher o futuro que desejem".

Em conversa com jornalistas, após o encontro, Mondino disse que Brasil e Argentina são "países irmãos". Indicou que, ao contrário do que dizia Milei, o Mercosul continuará tendo importância, ao dizer que assinatura do acordo com a União Europeia é prioridade do novo governo argentino.

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