Canadá avalia impor tarifas a produtos dos EUA como resposta a Trump
Ottawa considera todos os cenários, em particular a possibilidade de responder com o aumento de tarifas
O Canadá avalia a imposição de tarifas adicionais sobre alguns produtos americanos caso o futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpra sua ameaça de aumentar as taxas aduaneiras sobre os produtos canadenses, informou uma fonte do governo.
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Ottawa considera todos os cenários, em particular a possibilidade de responder com o aumento de tarifas, explicou uma fonte governamental à AFP sob anonimato, acrescentando que o trabalho de identificação desses produtos já começou.
Nesta sexta-feira (29), primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, deu a entender que não tem dúvidas sobre a intenção de Trump de cumprir sua ameaça de impor tarifas de 25% sobre os produtos do Canadá quando assumir o cargo em 20 de janeiro.
O anúncio de Trump nesta semana também afetou o México, o outro parceiro do T-MEC, o acordo de livre comércio da América do Norte.
"Quando Donald Trump faz essas declarações, ele tem a intenção de executá-las", disse Trudeau à imprensa na província de Ilha do Príncipe Eduardo (nordeste).
"Não há dúvidas", acrescentou, enquanto alguns consideram que a declaração de Trump é, sobretudo, uma tática de negociação.
O anúncio representa mais um golpe para Trudeau, que é candidato à reeleição nos próximos meses. O primeiro-ministro liberal está muito atrás nas pesquisas, lideradas com folga pelo seu opositor conservador, Pierre Poilievre.
Em 2023, mais de três quartos das exportações canadenses, totalizando cerca de 423 bilhões de dólares americanos (R$ 2,56 trilhões), tiveram como destino os Estados Unidos.
Durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), os Estados Unidos aplicaram tarifas de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio, o que levou Ottawa a responder com taxas aduaneiras em retaliação.
Naquela época, o Canadá mirou produtos específicos, buscando um impacto político mais do que econômico. Assim, foram afetados produtos como o suco de laranja da Flórida e o bourbon de Kentucky, dois estados governados por republicanos como Trump.