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SAÚDE

Câncer de bexiga mata quase 5 mil pessoas por ano no Brasil; saiba sintomas e fatores de risco

Maior parte dos óbitos, 67,6%, foi entre homens

Cor da urinaCor da urina - Foto: @jcomp/Freepik

O câncer de bexiga matou quase 5 mil pessoas a cada 12 meses no Brasil entre 2019 e 2022.

Ao todo, foram registrados 19.160 óbitos, 67,6% deles entre homens, segundo um novo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) baseado em dados do Sistema de Informações do Ministério da Saúde (SIH/SUS).

Além disso, foram identificados mais de 110.508 novos casos do tumor, que tem como principal fator de risco o tabagismo, entre 2019 e abril deste ano, alerta o presidente da SBU, Luiz Otavio Torres. A entidade médica realiza uma campanha de conscientização sobre a neoplasia no mês de julho.

— O tabagismo é relacionado a mais de 50% dos casos. Portanto, eliminando esse hábito, conseguimos diminuir significativamente as chances de aparecimento desse tumor. Outro ponto fundamental na prevenção é seguir hábitos saudáveis, como manter uma alimentação balanceada, beber água em quantidade adequada e exercitar-se — diz.

 

A diretora de Comunicação da SBU e coordenadora da campanha, Karin Jaeger Anzolch, diz que o tabagismo como um fator de risco para outros tipos de câncer além do de pulmão ainda é algo desconhecido por grande parte da população:

— Temos observado que muitas pessoas desconhecem o câncer de bexiga, como se manifesta e quais são os principais vilões. A maioria já sabe que o fumo pode levar ao câncer de pulmão, por exemplo, mas muitos desconhecem que ele também é o principal causador do câncer de bexiga.

Mas não é apenas o tabagismo que eleva o risco da doença. Outros fatores de destaque são:

Exposição a substâncias químicas;

Alguns medicamentos e suplementos dietéticos;

Gênero e raça (homens brancos têm mais chances de desenvolver a doença);

Idade avançada;

Histórico familiar.

Sinais de alerta
Em relação aos sinais de alerta do tumor, o coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Mauricio Dener Cordeiro destaca que “a presença de sangue visível na urina é o sintoma mais comum do câncer de bexiga e está normalmente presente em 80% dos pacientes”.

Porém, muitas vezes o sintoma é descartado porque, no início, o câncer é mais silencioso e não provoca dor, alerta Anzolch: "É comum as pessoas não darem a devida importância e retardarem a ida ao médico, podendo agravar o quadro".

Outros sintomas são:

Maior frequência urinária;

Ardência ao urinar;

Urgência para urinar;

Jato urinário fraco.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do câncer de bexiga é feito por exames de urina e de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada e cistoscopia (investigação interna da bexiga por meio do cistoscópio, instrumento dotado de câmera introduzido pela uretra).

Já o tratamento varia conforme o estágio da doença, podendo envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Maior incidência no Sul e no Sudeste
O levantamento mostra que, dos 110,5 mil novos casos registrados desde 2019, a maior parte está em São Paulo (37.582), Minas Gerais (13.501), Paraná (9.166) e Rio de Janeiro (8.777).

— No Brasil, observamos maior incidência dessa doença nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. De forma análoga, globalmente é uma doença que incide mais em regiões com IDH mais elevado. Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste temos, contudo, observado um aumento do número de casos progressivamente — analisa o supervisor da Disciplina de Câncer de Bexiga da SBU, Fernando Korkes.

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