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Equador

Candidato à presidência do Equador abre mão da campanha pública após ameaças de morte

Candidato disse que a casa dos pais, irmã e sobrinha foi invadida por homens armados

Pedro Granja, um dos 16 candidatos à presidência do EquadorPedro Granja, um dos 16 candidatos à presidência do Equador - Foto: GERARDO MENOSCAL / AFP

Pedro Granja, um dos 16 candidatos à presidência do Equador, renunciou nesta quarta-feira à campanha pública após denunciar ameaças de morte contra ele e ataques a familiares e a outro candidato do partido.

“Desisto de fazer comícios” no âmbito da campanha para as eleições gerais de fevereiro, disse o político, usando colete à prova de balas, em uma coletiva de imprensa realizada no porto de Guayaquil. “Não posso renunciar à candidatura (…) A candidatura é inalienável” por lei, acrescentou.

Granja, que se identifica como um especialista anti máfia, afirmou há uma semana ter recebido ameaças de morte, tornando-se o segundo candidato presidencial – depois de Jan Topic – a denunciar a intimidação no país, devastado pela violência do tráfico de drogas.

O candidato do Partido Socialista, que tem menos de 2% das intenções de voto segundo duas ppesquisas privadas divulgadas em agosto, sustentou que, "contra" a sua vontade, evitará visitar bairros pobres, universidades e centros comunitários que o convidam "permanentemente".

“Têm pavor de mim, não posso fazer passeios”, declarou Granja, que acusou o presidente Daniel Noboa, que aspira à reeleição, e Topic, ambos empresários, de dever 8,7 bilhões de dólares em impostos.

Devido ao tráfico de drogas e ao crime organizado, o Equador é um dos países mais violentos do mundo, com uma taxa recorde de 47 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, em comparação com seis em 2018. Quase uma dúzia de políticos foram assassinados no Equador desde 2023.

O centrista Fernando Villavicencio foi assassinado quando saía de um comício em Quito durante a campanha presidencial do ano passado.

Noboa, no cargo há um ano, travou uma guerra contra vinte organizações rotuladas de “terroristas” e “beligerantes” que têm ligações com cartéis internacionais, mobilizando os militares para as ruas, declarando a nação em conflito armado interno.

Granja denunciou que, à violenta incursão de estranhos na casa de um irmão, há uma semana, se juntou nesta quarta-feira à entrada de “indivíduos armados” na casa dos seus pais, irmã e sobrinha “para procurar também documentos” sobre atos de corrupção.

Ele acrescentou que, no sábado, o também candidato Joselo Arguello, também do Partido Socialista, foi baleado enquanto viajava em um veículo. O caso deixou um ferido.

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