Candidato à presidência é sepultado após homenagem pública no Equador
O enterro, privado, aconteceu à noite, na presença de poucas pessoas, em um cemitério de Quito, capital do país
O corpo do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, morto a tiros na última quarta-feira (9), foi sepultado nesta sexta-feira (11), em Quito, após uma homenagem de centenas de apoiadores, que pediram justiça.
O enterro, privado, aconteceu à noite, na presença de poucas pessoas, em um cemitério do norte da capital. Antes, o caixão com o corpo foi levado para o auditório de um centro de exposições, em meio a denúncias dos irmãos do candidato de que não foram autorizados a participar do velório íntimo devido a diferenças familiares.
No local das homenagens, apoiadores de Villavicencio agitavam pequenas bandeiras do Equador, que enfrenta uma onda de violência ligada ao narcotráfico. Grandes faixas com o rosto do político foram colocadas nas paredes. "Meu poder na Constituição", dizia uma faixa presidencial simbólica colocada sobre o caixão, coberto com a bandeira nacional.
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Um telão exibia vídeos do candidato em sua campanha para as eleições gerais antecipadas de 20 de agosto, nas quais ele aparecia como segundo colocado nas intenções de voto. "Anteontem crivaram a democracia, mutilaram parte da luta contra a corrupção", disse seu chefe de campanha, Antonio López.
Policiais equipados com fuzis transportaram o caixão, que avançou em meio a um forte esquema de segurança.
"Lutarei até identificar os culpados e não deixar isto impune", prometeu o jornalista Christian Zurita, com quem Villavicencio conduziu uma investigação que levou ao banco dos réus o ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), condenado à revelia a oito anos de prisão por corrupção.
Villavicencio era ex-membro da Assembleia Nacional, dissolvida por Lasso em maio para pôr fim a uma "crise política grave", o que deu lugar a eleições antecipadas. Tamia, 27, filha do candidato, lembrou a última conversa que teve com o pai, que a incentivou a estudar música.
"Com lágrimas nos olhos, ele nos disse: 'Fui mais do que imaginava'", contou Tamia. Fora do velório, ela cantou uma música em memória de seu pai. "Ele nos ensinou a viver sem medo, que isso seja a nossa maior proteção na vida", lembrou.