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RIO DE JANEIRO

Carro em que jovem baleada pela PRF estava levou cinco tiros

Agentes envolvidos na abordagem foram afastados

A agente de saúde Juliana Rangel, baleada na cabeça em abordagem da PRF em rodovia do Rio A agente de saúde Juliana Rangel, baleada na cabeça em abordagem da PRF em rodovia do Rio  - Foto: Reprodução redes sociais

Atingida na cabeça por um tiro durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, a agente de saúde Juliana Leite Rangel, de 26 anos, segue internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O carro em que a jovem estava com a família na Rodovia Washington Luís foi atingido pela traseira e, segundo a família, não deu tempo nem de encostar o veículo, após a sirene ser acionada pelos policiais.

Conforme revelou o "Fantástico", da TV Globo, neste domingo, ao todo, cinco tiros atingiram o carro da família de Juliana, todos por trás. O veículo passou por perícia. Um disparo atingiu ainda o retrovisor esquerdo da viatura da PRF, após os disparos dos próprios agentes.

Juliana estava no banco de trás do carro da família, ao lado do irmão mais novo, de 17 anos, e da namorada dele,. Na frente, estavam a mãe da agente de saúde, Deyse Rangel — no carona, com o cachorro de estimação no colo — e o pai da jovem, Alexandre da Silva Rangel, que conduzia o veículo. Ele chegou a ser ferido por um disparo na mão esquerda, mas não precisou ficar internado.


— Eu estava em 90 (km/h, velocidade até 110. Aí olhei pelo retrovisor, eu vi aquele giroscópio. Pensei que era uma ambulância, liguei a seta. Dei passagem. Mas só quando ele chegou pelorto de mim, jogou atrás de mim. Falei: "Ih, não passou, não". Aí liguei a seta e voltei. Quando eu voltei, mandaram bala, sem parar — contou Alexandre ao "Fanstástico", lembrando que os estilhaços dos vidros começaram a cair sobre os ocupantes do carro.

Após parar o veículo, Deisy afirma que o carro ainda foi alvo de "mais tiro", conforme relatou à TV Globo. A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar o que aconteceu nessa abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A PF ouviu os agentes envolvidos e apreendeu as armas usadas.Os agentes envolvidos na ocorrência foram afastados.

— O que ocasionou a tomada de decisão dos nossos agentes para aquele procedimento é o que será apurado no processo disciplinar e o que será apurado pela Polícia Federal no processo que tange a parte criminal — disse Antônio Fernandes Oliveira, diretor-geral da PRF, que ressaltou que os protocolos de abordagem não preveem disparos "em fundo de um veículo", a não ser que haja "alguma agressão injusta aos policiais".

A defesa dos agentes envolvidos na abordagem ressalta que seus clientes "são servidores respeitados" e que "nunca responderam a processos administrativos". Em nota, o advogado Luiz Gustavo Faria diz que "algumas versões que foram noticiadas não reproduzem o que aconteceu". Segundo o posicionamento, os policiais receberam informações envolvendo um carro de mesmo modelo que o da família de Juliana e que, após ouvirem estampidos "que naquele momento acreditava-se sair do carro da família", os agentes dispararam.

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